O mês de junho deve apresentar um percentual de comercialização superior aos 11% alcançados no mesmo período para a safra anterior de café no Paraná, com os produtores aproveitando a boa remuneração atual. É o que informa o Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 13 a 18 de junho. O documento é do Departamento de Economia Rural (Deral), ligado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).
O preço do café registrado agora em junho – R$ 2.083.57 – ganha mais significância, levando-se em conta que há boa margem em relação aos custos totais levantados pelo Deral, que em maio ficou em R$ 1.186,69.
“Com a colheita chegando a 36% da produção de 713 mil sacas estimada para este ano, alguns produtores finalmente estão começando a se apropriar de maneira mais consistente da escalada de preços ocorrida na entressafra anterior”, diz o documento preparado por técnicos do Deral.
Isto acontece porque em fevereiro, quando os preços atingiram seu pico, pelo menos dois terços da safra de 2024 já estava vendida, e muitos produtores sequer tinham produto para comercializar. Os preços refletiram positivamente nas regiões produtoras.
Carlópolis, no Norte Pioneiro, que concentra um quarto da produção estadual de café, teve o maior incremento absoluto de Valor Bruto de Produção (VBP) no Estado em 2024, passando de R$ 513 milhões para R$ 763 milhões, impulsionado especialmente pela cafeicultura. No Paraná todo, a cultura voltou a superar o patamar do bilhão, passando de R$ 563 milhões para R$ 1,1 bilhão em 2024.
Preço em queda
Por sua vez, levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) apontam que o avanço da colheita de café nas principais regiões produtoras do Brasil tem mantido os preços do grão em queda. O Indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, voltou a operar abaixo de R$ 2.200/saca de 60 kg nesta semana, o que não acontecia desde dezembro/24, em termos nominais.
No acumulado da parcial de junho (até o dia 16), a retração é de 7,2%. Para o robusta, o Indicador Cepea/Esalq do tipo 6, peneira 13 acima, a retirar no Espírito Santo, acumula queda ainda mais intensa no mês, de 8,65% (também até o dia 16), voltando a fechar abaixo dos R$ 1.300/sc, patamar de agosto/24. Levantamento do Cepea mostra que, até o fim da última semana, a colheita do arábica somava entre 20% e 25% do esperado.
Para o robusta, as atividades se aproximam da metade – destaca-se que a safra desta variedade deve superar as 20 milhões de sacas, compensando a menor produção do arábica em 2025/26.