Com 430.537 habitantes estimados em 2025, o município de Maringá poderá chegar a 474.517 pessoas nos próximos 25 anos. Com um detalhe: praticamente 100% da população morando na área urbana.
É o que revela a Projeção Populacional Urbana e Rural dos Municípios Paranaenses no Período de 2025 a 2050, do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), divulgada nesta semana.
Hoje 428.586 maringaenses moram no meio urbano e apenas 1.951 na zona rural, conforme consulta da reportagem à base de dados. Em 2050, a estimativa é de 474.320 habitantes urbanos e somente 197 rurais.
No Censo Demográfico 2022, o percentual da população urbana maringaense era de 99,4%, fazendo com que a Cidade Canção fosse a 5ª no Estado. No presente, o horizonte do Ipardes é de 99,5%. Daqui a 25 anos, será de 100%.
Na Região Metropolitana de Maringá (RMM), Sarandi tem 99,5% da população em área urbana e Paiçandu, 98,8%, conforme o Censo. Já no estudo do Ipardes, o município fronteiriço à Cidade Canção vai passar de 99,6% para 99,9%. E o povo urbano paiçanduense, de 98,8% para 99,1%.
É a tônica estadual. Calcada nos Censos Demográficos de 2010 e 2022, a projeção do Ipardes revela que o Grau de Urbanização do Paraná deverá crescer de 89,7%, em 2025, para 94% em 2050. Outro dado relevante é a redução da população rural do Estado, que deverá passar dos 11,1% atuais para 6% em 2050.
Trata-se de processo de redução da população que vive na zona rural e um maior adensamento nas áreas urbanas.
Enquanto os centros urbanos devem ganhar 986.284 pessoas a mais nas próximas duas décadas e meia – crescendo de 10.672.024 habitantes, em 2025, para 11.658.308, em 2050 – a população vivendo nas áreas rurais deve cair de 1.218.556 pessoas, em 2025, para 745.523 em 2050 – 473.033 a menos. No ano passado, o Ipardes projetou que a população do Paraná em 2050 deve chegar a 12,4 milhões de pessoas.
De acordo com o diretor-presidente do Ipardes, Jorge Callado, entres os fatores que impulsionam o crescimento urbano, além do saldo vegetativo (diferença entre nascimentos e óbitos) e da migração, estão o impacto de políticas públicas e o desenvolvimento socioeconômico.
“As projeções populacionais dos municípios por áreas urbanas e rurais, acompanhadas do monitoramento constante de outras variáveis de interesse, auxiliam o planejamento governamental, por ofertar uma visão acerca da tendência de distribuição da população ao longo do tempo”, ressaltou Callado. “São subsídios para a oferta de serviços públicos essenciais de infraestrutura e urbanização, além da elaboração de políticas de proteção ambiental”.
MARINGÁ – 2025 | |
População total | 430.537 |
Urbana | 428.586 |
Rural | 1.951 |
MARINGÁ – 2050 | |
População total | 474.517 |
Urbana | 474.320 |
Rural | 197 |
Fonte: Ipardes |
Tendência
A ampliação da população vivendo nas áreas urbanas segue uma tendência observada constantemente nos censos demográficos. De acordo com o estudo, o Grau de Urbanização do Paraná passou de 58,6% no Censo de 1980, para 73,4% em 1991, 81,4% em 2000, 85,3% em 2010 e 89% em 2022.
A projeção para os próximos anos prevê um contingente urbano de 90,9% em 2030, 91,8% em 2035, 92,6% em 2040, 93,4% em 2045, e 94% em 2050. Além disso, o estudo aponta que 147 municípios terão a mesma ou uma proporção superior à do Estado na população urbana, ou seja, com 94% ou mais das pessoas vivendo nas cidades.
Atualmente, 100% da população de Curitiba e de Pinhais, na Região Metropolitana (RMC), residem em áreas classificadas como urbanas. Até 2050, mais três cidades devem ser incorporadas a esse grupo: Maringá; Piraquara e Fazenda Rio Grande, também na RMC.
O Estado já é o quinto no Brasil com a maior população urbana atualmente, atrás do Rio de Janeiro (97,9%), São Paulo (96,8%), Distrito Federal (96,5%) e Goiás (93,2%). Na outra ponta da tabela está o Piauí, com 69,4%.
MUNICÍPIOS – RMM | POPULAÇÃO/2025 | POPULAÇÃO/2050 | URBANA/2050 |
Ângulo | 3.366 | 3.808 | 91,1% |
Astorga | 26.142 | 23.989 | 94,8% |
Atalaia | 4.036 | 3.600 | 81,6% |
Bom Sucesso | 6.649 | 5.789 | 96,2% |
Cambira | 10.215 | 15.469 | 97,4% |
Doutor Camargo | 6.534 | 6.885 | 94,8% |
Floraí | 4.787 | 3.744 | 99,1% |
Floresta | 12.173 | 33.998 | 99,8% |
Flórida | 2.713 | 2.668 | 93,2% |
Iguaraçu | 5.787 | 9.054 | 97,1% |
Itambé | 6.206 | 5.604 | 95,8% |
Ivatuba | 2.728 | 2.332 | 96,6% |
Jandaia do Sul | 21.878 | 20.905 | 96,0% |
Lobato | 4.695 | 4.469 | 89,6% |
Mandaguaçu | 35.948 | 81.219 | 99,7% |
Mandaguari | 38.323 | 40.866 | 96,8% |
Marialva | 45.337 | 64.798 | 95,3% |
Maringá | 430.537 | 474.517 | 100,0% |
Munhoz de Mello | 4.070 | 4.236 | 90,6% |
Nova Esperança | 26.998 | 22.600 | 95,8% |
Ourizona | 3.166 | 2.394 | 99,0% |
Paiçandu | 49.389 | 65.974 | 99,1% |
Presidente Castelo Branco | 4.294 | 3.139 | 98,6% |
Santa Fé | 11.731 | 11.951 | 95,5% |
São Jorge do Ivaí | 5.141 | 3.930 | 94,1% |
Sarandi | 130.263 | 209.750 | 99,9% |
Total | 903106 | 1127688 | |
Fonte: Ipardes |
Metodologia
Para a projeção das localidades intramunicipais, o Ipardes adotou a metodologia do Manual VIII das Nações Unidas e, no Brasil, a que foi aplicada pela Fundação João Pinheiro para os municípios do estado de Minas Gerais. Essa metodologia consiste em prospectar os contingentes populacionais, segundo os diferenciais nos padrões de crescimento por situação de domicílio, classificada de acordo com sua área de localização: urbana ou rural.
Como base de dados, foram utilizadas a população residente total, segundo situação do domicílio, obtidas nos Censos Demográficos de 2010 e 2022, realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e a população total oriunda das Projeções por Sexo e Idade dos Municípios do Paraná (2025-2050), elaboradas anteriormente pelo Ipardes.