Produção paranaense de café pode chegar a 42,7 mil toneladas, diz Deral; preços devem aumentar no varejo

O Maringá

Foto: José Fernando Ogura/Arquivo/AEN

Com expectativa de novo aumento de preços no varejo, a produção de cafés no Paraná deve bater em 42,7 mil toneladas nos 25,5 mil hectares ocupados pela cultura, conforme projeção do Departamento de Economia Rural (Deral) divulgada no boletim desta quinta-feira, 16 janeiro.

Se confirmada, será uma safra 6% superior àquela obtida em 2024 (40,4 mil t). “Entretanto, a colheita só deverá começar em abril, tendo seu pico em julho. Como a colheita não ocorre de forma muito diferente no restante do Brasil, é pouco provável que os preços recuem expressivamente antes disso”, diz o Deral.

Mas neste início de 2025, os preços de café no varejo devem registrar novo aumento, após fecharem 2024 com alta de 50% no Paraná. O café (500g) em dezembro de 2024 custava em média R$ 20,33, quase sete reais acima dos R$ 13,59 calculados em dezembro de 2023 pela pesquisa de varejo do Deral, da Seab-PR.

“Infelizmente, as primeiras pesquisas de atacado divulgadas pelo Departamento em 2025 indicam que este movimento de reajuste dos preços ainda não deve cessar. Nas primeiras semanas de 2025 os valores praticados no atacado atingiram R$ 230,22 para 10 pacotes que, mesmo se repassados sem lucro, supera em mais de 10% os valores praticados no final do ano passado entre os varejistas”, diz o documento.

A área paranaense de café não é capaz de reverter esta situação, pois normalmente oferta menos de 2% do volume produzido no Brasil.

Preços valorizados para cafeicultores
Segundo o Deral, os preços recebidos pelos cafeicultores também se valorizaram. A saca de café beneficiado é cotada atualmente a R$ 2.190,00, valor 11% mais alto que a média de dezembro de 2024 (R$ 1.975,26) e impressionantes 153% maiores que os preços médios de janeiro do ano passado (R$ 866,51).

“Apesar do bom momento vivenciado pelos produtores, é importante lembrar que estes têm vivido anos complicados antes desse, em grande parte responsáveis pelo recuo de 44% da área nos últimos dez anos, passando de 45,6 mil hectares para os 25,5 mil atuais”.

Chuvas favorecem produção nacional
As chuvas ocorridas em praticamente todas as regiões produtoras brasileiras de café continuam sendo, no geral, favoráveis à condução das lavouras e dos tratos culturais, incluindo adubações e aplicações de defensivos agrícolas, conforme indicam agentes consultados pelo Cepea.

Por outro lado, chuvas em excesso, como é o caso da Zona da Mata de Minas Gerais, podem atrapalhar as atividades de manejo. As tão aguardadas precipitações, que quase não ocorreram de abril a setembro, voltaram a ser registradas em outubro e vêm se intensificando sobretudo no verão, que começou no Brasil.

Os pesquisadores do Cepea ressaltam que um verão chuvoso se faz necessário para uma boa colheita de café em 2025, visto que dificilmente as plantas recuperarão o potencial perdido com o clima em 2024.

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