Recém-lançado, o “Programa de Revitalização da Cafeicultura Paranaense” busca estimular a retomada da produção cafeeira no Paraná, que já foi o maior produtor nacional de café. Mas hoje a cultura ocupa pouco mais de 26 mil hectares no Estado, rendendo perto de 1 milhão de sacas anuais.
A proposta, que foi apresentada em reunião da Comissão Técnica (CT) de Cafeicultura do Sistema Faep, tem como principais objetivos promover a rentabilidade dos cafeicultores e melhorar a estrutura de produção, visando maior sustentabilidade dessa cadeia.
Uma das ferramentas previstas para a retomada envolve a oferta de assistência técnica para os cafeicultores paranaenses, de forma a elevar o nível técnico das propriedades. Esse serviço poderá ser feito via Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Sistema Faep, Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) ou mesmo dos prestadores de serviço privados.
“O objetivo é que essa cadeia fique ainda mais profissional e mantenha o nível de qualidade do café paranaense, que é internacionalmente reconhecido”, aponta o técnico Bruno Vizioli, do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema Faep, via site da Federação.
Um dos gargalos dessa cadeia produtiva, segundo Vizioli, diz respeito à genética. Apesar de o IDR-Paraná possuir expertise na produção de mudas de café do tipo arábica e fornecer para diversos Estados, os cafeicultores paranaenses encontram dificuldades em conseguir esse material.

As metas estabelecidas no Programa de Revitalização da Cafeicultura Paranaense preveem o aumento na produtividade de 27 para 50 sacas por hectare e o crescimento de área para 50 mil hectares, além de um ganho expressivo de qualidade, com pelo menos 90% da produção estadual com qualidade de bebida dura tipo 6.
Após o lançamento, foram consultados municípios produtores sobre as ações e estratégias a serem tomadas de forma a regionalizar a assistência técnica de acordo com as demandas de cada região. O prazo é de 30 dias para o envio de propostas para a CT de Cafeicultura do Sistema Faep.
Com essas informações, a entidade vai elaborar um plano de ação, que será apresentado no Encontro de Cafeicultores durante a ExpoLondrina, em abril.
Exportações
De acordo com relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o país embarcou um total de 3,977 milhões de sacas de 60 kg do produto em janeiro de 2025, o que implica uma leve redução de 1,6% em relação aos 4,042 milhões de sacas apurados no primeiro mês do ano passado. Em receita, porém, há incremento de 59,9% no mesmo intervalo comparativo, com o ingresso de divisas saltando de US$ 823 milhões para os atuais US$ 1,316 bilhão.
As exportações brasileiras de café, no acumulado de julho de 2024 a janeiro de 2025, totalizaram 30,147 milhões de sacas, gerando o ingresso de US$ 8,522 bilhões no país. Na comparação com o primeiro septimestre da temporada 2023/24, foram registrados crescimentos de 11,3% em volume e 60,3% em receita cambial.
Os dois desempenhos são os maiores da história para esse intervalo de sete meses de um ano safra cafeeiro no Brasil e foram impulsionados pelos recordes alcançados, em sacas e dólares, com os embarques de café verde e industrializado, principalmente o produto solúvel.
Com informações da Faep