O ano de 2024 marcou um importante avanço na média do rendimento dos trabalhadores brasileiros, que atingiu R$ 3.225, o maior valor registrado na série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do IBGE, iniciada em 2012. Apesar do recorde nacional, as desigualdades regionais seguem evidentes, com oito estados e o Distrito Federal apresentando rendimentos acima da média do país.
Distrito Federal no Topo
O Distrito Federal continua liderando o ranking de rendimento médio, com R$ 5.043, o que representa 56% a mais do que a média nacional e quase 2,5 vezes o rendimento do Maranhão (R$ 2.049), que ocupa a última posição. O desempenho do DF é impulsionado pela alta proporção de servidores públicos na região, cujos salários são tradicionalmente mais elevados em relação à iniciativa privada.
Estados com Rendimento Acima da Média Nacional
Além do Distrito Federal, outras oito unidades federativas registraram rendimento superior à média nacional:
- São Paulo: R$ 3.907
- Paraná: R$ 3.758
- Rio de Janeiro: R$ 3.733
- Santa Catarina: R$ 3.698
- Rio Grande do Sul: R$ 3.633
- Mato Grosso: R$ 3.510
- Mato Grosso do Sul: R$ 3.390
- Espírito Santo: R$ 3.231
Esses estados destacam-se por suas economias diversificadas, indústrias fortes e, em alguns casos, como o Espírito Santo, por políticas públicas voltadas ao desenvolvimento econômico.
Avanços e Recordes
Além da média nacional, 13 estados alcançaram seus maiores rendimentos da série histórica em 2024, incluindo Rondônia, Tocantins, Maranhão, Rio Grande do Norte e os três estados da região Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).
Esse crescimento reflete, em parte, a recuperação econômica e a valorização de algumas atividades produtivas. A deflação também contribuiu para que os rendimentos reais, já descontada a inflação, fossem os mais altos já registrados.
Persistência das Desigualdades
Ainda que o rendimento médio tenha crescido, as disparidades entre as regiões permanecem significativas. Enquanto o DF lidera com mais de R$ 5.000 de média, estados como Maranhão (R$ 2.049), Ceará (R$ 2.071) e Bahia (R$ 2.165) ainda enfrentam desafios estruturais para melhorar a remuneração de seus trabalhadores.
Recorde de Baixo Desemprego
Um dado positivo adicional é que, em 14 estados, o desemprego médio foi o menor da série histórica, indicando uma melhora no mercado de trabalho e na ocupação. Isso reflete diretamente no aumento dos rendimentos em várias regiões, especialmente nas que antes enfrentavam índices elevados de desocupação.
O que os Dados Indicam
A pesquisa do IBGE demonstra um avanço significativo no rendimento dos trabalhadores em 2024, mas ressalta a necessidade de políticas que promovam maior equidade entre as regiões do país. O destaque para estados do Sul e Sudeste, além do Centro-Oeste, mostra a força econômica dessas áreas, mas também revela os desafios que Norte e Nordeste enfrentam para acompanhar esse crescimento.
O futuro exige um olhar atento para reduzir as desigualdades regionais e oferecer oportunidades equitativas de renda para todos os brasileiros.