Eleição municipal constata peso importante a favor de Barros em Maringá

Leia um balanço da eleição municipal de Maringá - Foto: Arquivo/PMM

A partir de 1º de janeiro de 2025 a Câmara Municipal de Maringá vai passar a contar com 23 vereadores, após a eleição no último domingo, 6. São cinco mulheres, 18 homens e nove reeleitos entre eles. Até então 15 cadeiras estavam disponíveis, sendo apenas duas mulheres. Renovação é a palavra que define o novo perfil do legislativo maringaense segundo alguns analistas, outros advogam que a nova composição da Câmara de Vereadores de Maringá segue um processo de diversificação natural já que houve o acréscimo de mais oito novos edis.

A coligação do prefeito eleito, Silvio Barros (PP) elegeu 11 candidatos. Nas três eleições em que Barros foi bem-sucedido e conquistou a chefia do Executivo de Maringá, ele também teve sucesso em eleger uma bancada de vereadores robusta para a Câmara Municipal. “Um nível da campanha alimenta o outro. Com isso, os eleitores, na prática, elegem um time, para usar uma imagem mais popular.Além de fortalecer as chances de vitória nas eleições, assegura governabilidade”, analisa o cientista político, Reginaldo Dias.

Para Dias, o futuro prefeito terá grande maioria desde o início. “Silvio Barros foi, ao que tudo indica, o candidato preferencial das legendas que só lançaram chapas ao Legislativo.  Por isso, ele terá maioria tranquila desde o início. Eu diria que pode ter apoio inicial de 75% dos vereadores. Naturalmente, essas relações precisam ser cultivadas”.

A favor de Barros

Silvio Barros foi eleito com esmagadora maioria de votos no primeiro turno, foram 131.819 votos (65,57%) contra 44.004 votos (21,89%) do segundo colocado. Aliados ao grande resultado, a experiência no cargo, o conhecimento da cidade, o cientista político destaca outros pontos positivos para Barros. “O apoio empresarial e da sociedade civil que se reúne no feixe de organizações lideradas pela ACIM, a proximidade com o governador Ratinho Junior e o apoio da maioria dos vereadores”.

Atenção

“Creio que os pontos contrários dizem respeito à expectativa elevada que normalmente cerca a eleição. Como foi eleito no primeiro turno, o voto de confiança também pode ser visto como uma régua para medir a expectativa. Não creio que se trata de um grande problema, mas é preciso estar atento”, explana Dias. Outro aspecto destacado dessa natureza é que ele será comparado consigo mesmo, visto que a sua passagem anterior pela prefeitura foi bem avaliada. Barros foi reeleito em 2008, já no primeiro turno, e fez o sucessor em 2012.

Composição da Câmara

Segundo Dias, a média histórica de reeleição costuma ser de 1/3 ou um pouco mais e quando há mudança nas regras, há uma variação dessas proporções. Em 2004, por exemplo, quando houve redução de 21 para 15 cadeiras, tivemos 11 reeleitos, um pouco mais de 50%, mas esses 11 representavam mais de 2/3 da nova composição.  Na eleição encerrada domingo, houve alta taxa de reeleição, mesmo em minoria dos 23. “Quando havia 21 vereadores, o peso relativo dos novatos permitia que eles tivessem aspirações de comando. Por isso, quase como regra, o presidente que iniciava a legislatura, era um estreante e não alguém com mais experiência. Com as 15 cadeiras, houve uma estabilidade no comando. O atual presidente comanda a Câmara por oito anos consecutivos, já tendo sido presidente por outros quatro anos”, salienta o especialista.

Para Reginaldo Dias, a diversidade de perfis dos novos vereadores aconteceu de forma parcial e o crescimento da bancada feminina, agora é composta por cinco vereadoras, duas reeleitas e três estreantes. O teto anterior foi de quatro vereadoras em 21 cadeiras. “A redução das cadeiras havia implicado a redução da bancada feminina”. Para o sociólogo Joel Cavalcante a eleição foi histórica para o sexo feminino e destaca o “Movimento Mais Mulheres no Poder”, que começou nas eleições de 2020, momento em que não havia representantes do sexo feminino na casa. “Em mais de 70 de história do legislativo maringaense, 252 homens ocuparam as cadeiras e apenas 15 mulheres foram vereadoras por Maringá”.

Chapa trabalhista

Entre as reeleitas, Professora Ana Lúcia (PDT), consolida-se como liderança progressista na cidade, demonstrando vitalidade e força eleitoral. Esse capital político “pdtista” arrastou mais dois vereadores da chapa, Ítalo Maroneze e Lemuel Salvando Vidas, confirmando o êxito da composição da chapa trabalhista.

Votação histórica

A vereadora Cris Lauer (NOVO) sagrou-se como a vereadora mais votada da história de Maringá. Com a votação exponencial, Lauer se fortalece politicamente, resultado que pode interferir também no seu processo de cassação, visto o robusto apoio popular e expressiva votação pode eventualmente blindá-la do processo que poderia suprimir seu mandato. Para Cavalcante, diante do exito, Lauer já cogita a candidatura à presidência da casa na próxima legislatura.

Encolhimento

O Partido dos Trabalhadores, apesar da eleição de Mário Verri, tinha a expectativa de fazer duas cadeiras, o nome mais cotado era o ex-vereador Carlos Mariucci, que obteve 1.434, ocupando a suplência do partido.

Novos personagens

Nomes novos também debutaram na vereança, é o caso do jovem comunicador Luiz Neto (AGIR), Uilian da Farmácia (UNIÃO), Daniel Malvezzi (NOVO), Jeremias, Gisele Bianchini e Majo, ambas do Partido Progressista (PP), chapa que angariou seis cadeiras e dará uma robusta sustentação e base política para o chefe do executivo Silvio Barros, que retorna ao comando do executivo municipal em seu terceiro mandato.

Retorno de ex-vereadores

Outro aspecto a ser observado é o retorno de políticos que foram vereadores em outras legislaturas como Flávio Mantovani (PSD) e Odair Fogueteiro (PP). Mantovani retomada a cadeira após perder seu mandato por infidelidade partidária por determinação do TSE.

Ex-secretários bem votados

Os ex-secretários municipais como Victor Simião (PSB) e Miguel Fernando (MDB) tiveram votação expressiva, mas não suficientes para angariar uma vaga. Simião e Miguel ficam como promessas para os futuros pleitos.

Cavalcante deixa sua análise geral das eleições municipais de Maringá

“Em síntese, o perfil da legislatura do quadriênio 2025-2028 desvela uma composição mais conservadora da Câmara de Vereadores de Maringá, já que majoritariamente os novos e reeleitos vereadores são vinculados à pauta dos costumes, segurança pública e empreendedorismo. No outro lado, esquerda da cidade vê seus quadros e bancadas diminuírem a cada eleição. Por fim, a eleição de 2024 contou com muitas revelações, surpresas e frustração para velhos quadros da política maringaense. Maringá vive uma nova onda política, perfazendo uma inflexão mais conservadora, um ethos político e social que historicamente constituiu a cidade”.

Vereadores eleitos em Maringá

1 Cris Lauer (NOVO), 7.531

2 Delegado Luiz Alves (PL),5.488

3 Flávio Mantovani (PSD), 5.063

4 Mário Verri (PT), 3766

5 Biazon (UNIÃO), 3.407

6 Professora Ana Lúcia (PDT), 3.113

7 Angêlo Salgueiro (PODE), 3.092

8 AkemiNishimori (PSD), 3045

9 Diogo Altamir da Lotérica (PSDB), 2.779

10 Odair Fogueteiro (PP), 2.391

11 Daniel Malvezzi (NOVO), 2.213

12 Uilian da Farmácia (UNIÃO), 2.209

13 Bravin (PP), 2.167

14 SidneiTelles (PODE), 2.164

15 William Gentil (PP), 2.120

16 GiselliBianchini (PP), 2.119

17 Maninho (REPUBLICANOS), 2.090

18 Ítalo Maroneze (PDT), 2.009

19 Mário Hossokawa (PP), 1.813

20 Luiz Neto (AGIR), 1.795

21 Lemuel do Salvando Vidas (PDT), 1.785

22 Majô (PP), 1.783

23 Jeremias (PL), 1.525

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