Melhor jogador do mundo em 2001 no futebol para amputados, atual presidente da Confederação Sul-Americana, um dos diretores e atleta da Assama – Associação dos Deficientes por Amputação de Maringá (uma das equipes mais fortes do país), Ademir Cruz de Almeida ou como é carinhosamente conhecido “Ademir Perna”, é exemplo, qualidade e inspiração para a sociedade.
Desde sempre apaixonado pelo esporte, Ademir foi atropelado na calçada quando tinha apenas 12 anos de idade, em Maringá. Apesar do grave incidente e de ter que amputar uma das pernas, o atleta sempre esteve no âmbito esportivo, incluído e fazendo a diferença por onde passou.
Dois anos mais tarde foi convidado para um seminário onde teve contato com várias pessoas com deficiência. A partir daí começou a estudar e ir atrás dos direitos da classe. Jogando futsal com os demais amputados e já se destacando, foi convidado em 1994 pelo atual presidente do Comitê Brasileiro de Clubes Paralímpicos João Batista Carvalho e Silva para um já existente campeonato mundial para amputados.
Fez seletiva e representou o Brasil como jogador pela primeira vez em Seattle nos Estados Unidos. A partir daí as equipes foram surgindo no Brasil e o esporte ganhando mais visibilidade. Em 1994 idealizou e reuniu alguns amigos e fundou a Assama Maringá que começou com cinco amigos e hoje conta com mais de 80 atletas no futebol e no vôlei sentado de alto nível e já conquistou vários títulos e grandes campanhas, como o recente 2º lugar na Copa do Brasil da categoria.
Assama
Dentro da Assama que além do esporte, proporciona saúde, inclusão, respeito e um futuro para o atleta e familiares, a superação a cada jogada é inspiração para a sociedade. “Quando a pessoa perde um membro do seu corpo ela acha que a vida acabou e na verdade ela está iniciando um novo ciclo. A família é a base de tudo, ela me aceitou e nunca me tratou como ‘coitadinho’, até porque eu nunca me senti uma pessoa inválida”, explica Ademir Perna.
“O interessante do trabalho da Assama é que ela é uma excelente ferramenta de inclusão social, então é realmente resgatar o indivíduo, mostrar as possibilidades que ele tem mesmo faltando um braço ou uma perna que há outras alternativas e outras possibilidades para que ele possa seguir a vida tranquilamente”, destaca Ademir.
Assista a entrevista completa com Ademir ‘Perna’, no YouTube!