Campeão invicto, Athletico tem campanha para ficar na história do futebol paranaense

Em 17 jogos, o Furacão conseguiu 15 vitórias, dois empates e não sofreu nenhuma derrota

Athletico

Athletico é campeão paranaense com uma campanha irretocável Foto: athletico.com.br

Precisando apenas empatar para garantir o título de campeão paranaense de 2023, jogando em casa e com o apoio de quase 35 mil torcedores presentes à Arena da Baixada, o Athletico Paranaense presenteou seus torcedores com uma feliz Páscoa, neste domingo, 9, com mais um título de campeão. E desta vez, um campeão invicto.

Athletico e Cascavel decidiram o título de 2023 em dois jogos, com o clube da Capital vencendo a primeira partida, no domingo anterior no Olímpico Regional, em Cascavel, por 2 a 1. Neste domingo houve empate em 0 a 0.

O Cascavel chegou a Curitiba disposto a reverter a desvantagem. O time se esforçou para marcar logo no início da partida porque uma vitória por 1 gol de diferença já levaria a decisão para os penaltis. Mas, o técnico Paulo Turra, estreante na profissão e supervisionado pelo técnico supercampeão Luiz Felipe Scolari, teve estratégia para não deixar a Serpente jogar no primeiro tempo e começou o segundo tempo fazendo alterações no ataque, colocando em campo o garoto Vitor Roque, que incendiou a partida com ataques perigosos, o que obrigou o Cascavel a se preocupar mais com se defender do que em atacar. No final, 0 a 0 e o título para o Furação, com uma campanha irretocável.

Invicto: um título para a história

 

O Athletico conquistou o título de forma invicta. Fato histórico que só havia acontecido nos anos de 1929 e 1936. Nesta temporada, o Furacão fez 15 vitórias e dois empates, um deles neste domingo, na final.

Na classificação geral, o time do estreante Paulo Turra fez 49 pontos. O aproveitamento é o melhor da história. O 100% só não veio na primeira fase pelo empate de 1 a 1 com o Coritiba, no clássico que ficou marcado pela briga generalizada no fim.

Melhor defesa e melhor ataque

 

Os números equilibrados da defesa e do ataque foram importantes para a campanha do título. Em 17 jogos, o Rubro-Negro sofreu apenas nove gols e marcou 39, um saldo de 30 gols no campeonato.

Em 17 jogos, o atacamte Pablo marcou 9 gols Foto: José Tramontin/athletico.com.br

Pablo, Vitor Bueno, Terans, Vitor Roque, Erick, Zé Ivaldo, Christian, Khellven, Cuello, Canobbio, Fernandinho, Alex Santana, Jajá e Luciano Arriagada contribuíram para esta artilharia atleticana no campeonato.

O atacante Pablo terminou o Estadual como artilheiro pela primeira vez: foram nove gols marcados. O centroavante marcou gols diante do Rio Branco (3), São Joseense (2), Coritiba, Operário e FC Cascavel.

Campanha – jogos

Rio Branco 0x4 Athletico – 1ª rodada
Aruko 1×2 Athletico – 2ª rodada
Athletico 1×0 Maringá – 3ª rodada
Athletico 4×1 Foz do Iguaçu – 4ª rodada
São Joseense 2×3 Athletico – 5ª rodada
Athletico 5×0 Azuriz – 6ª rodada
Athletico 1×1 Coritiba – 7ª rodada
Cianorte 0x1 Athletico – 8ª rodada
Athletico 3×1 Operário – 9ª rodada
Athletico 1×0 FC Cascavel – 10ª rodada
Londrina 0x1 Athletico – 11ª rodada

São Joseense 2×5 Athletico – ida – quartas de final
Athletico 4×0 São Joseense – volta – quartas de final

Maringá 0x2 Athletico – ida – semifinal
Athletico 1×0 Matingá – volta – semifinal

FC Cascavel 1×2 Athletico – ida – final
Athletico 0x0 FC Cascavel – volta – final

 

Paulo Turra, Felipão e Bolinha na coletiva do título

 

Uma coletiva de campeão não é uma entrevista normal. E a do título do Athletico no Paranaense 2023 teve um formato especial. Além do técnico Paulo Turra, estiveram na bancada o diretor técnico Luiz Felipe Scolari e o massagista Bolinha.

“Eu gostaria de agradecer a presença do Bolinha, que tem 30 anos de clube. Ele é uma lenda e representa essa evolução do Athletico. E também a do professor Luiz Felipe, que é meu mentor dentro do futebol. São duas lendas vivas e eu me sinto honrado por estar aqui com eles”, abriu Paulo Turra.

O veterano Felipão, o estreante Turra e Bolinha, um trio vitorioso José Tramontin/athletico.com.br

O treinador exaltou a conquista invicta do Furacão no Estadual, ressaltando a dificuldade de chegar a uma campanha como esta no futebol atual.

“Só tenho que agradecer, enaltecer o grupo de jogadores, o staff, os colaboradores e a direção do Athletico, que nos levaram a esse título, ainda mais marcante por ser invicto. Me sinto muito orgulhoso por fazer parte deste projeto. A gente não consegue dimensionar o tamanho disso ainda. Vamos ter uma ideia daqui um tempo, daqui 25, 30 anos. Hoje assinamos a obra. Porque é uma obra de arte ser campeão invicto no futebol de hoje, com um aproveitamento maior de 90%”, afirmou.

Segundo Paulo Turra, levantar o troféu com uma jornada tão expressiva serve para deixar o time ainda mais encorpado para os próximos desafios da temporada.

“A minha confiança continua a mesma, lógico que alicerçada por uma campanha invicta. É lógico que isso te dá confiança. Mas em nenhum momento ficamos sobrevoando as nuvens. Somos realistas. É muito melhor entrar em campeonatos com uma campanha como esta do que ao contrário. Temos que aproveitar isso, sabedores de que ainda temos que evoluir em uma série de coisas”, disse.

Preparação de alto nível

Para Luiz Felipe Scolari, a disputa do Campeonato Paranaense serviu como uma grande preparação da equipe para os grandes desafios de 2023.

“Este campeonato serviu, dentro do modelo que estabelecemos e dos objetivos que traçamos junto com a diretoria, para nos dar condições de enfrentar todas as competições e ter todos os jogadores em boas condições. Fico muito feliz por fazer parte dessa conquista com o Paulo Turra, com o Bolinha e todo o grupo do Athletico. E gostaria de dar os parabéns ao nosso presidente, que não pode estar aqui, mas está comemorando esse título conosco”, afirmou.

Segundo Felipão, a presença de Bolinha representa toda a evolução vivida pelo Athletico nas últimas décadas.

“Também quero agradecer por ter ao nosso lado o Bolinha. Quando a gente está triste o Bolinha nos alegra. Nos conta histórias de 25, 30 anos e nos mostra o tamanho deste clube hoje. O tamanho do trabalho que foi feito aqui e da evolução que o Athletico teve. Que os athleticanos sejam muito felizes pelo que foi conquistado hoje. Porque é só ver o que aconteceu nos outros campeonatos estaduais do Brasil, onde muitos clubes grandes não chegaram nem à fase final”, destacou.

 

Uma nova Páscoa

Bolinha relembrou sua trajetória no Athletico e reforçou a lembrança da grande transformação vivida pelo clube desde sua chegada, em meados dos anos 1990. E relembrou outra Páscoa de 28 atrás.

“Eu agradeço por esse momento, por ser reconhecido. Nem me lembro mais quantos títulos foram. Desde 1998 para cá, eu participei de todos os campeonatos estaduais. Em 1995 foi muito triste. No vestiário, todo mundo cabisbaixo, entrou um senhor que nós não conhecíamos, falou aquelas palavras… Que era uma vergonha, que tinha que queimar as camisas, que pessoas estavam sofrendo, que estava havendo brigas pela cidade. E que no dia seguinte iria começar uma reviravolta. Hoje, depois de 28 anos, comemoramos um título na mesma data, um domingo de Páscoa”, disse.

Sair da versão mobile