Se é verdade que o confronto desta terça-feira no campo do Palmeiras, em São Paulo, equivaleu a uma final antecipada, então o Botafogo já pôs uma mão na taça do Brasileirão. O jogo que calou a torcida palmeirense que lotou o Allianz Parque terminou com triunfo por 3 a 1 do time carioca, que dominou o confronto com inteligência e recuperou confiança. O técnico palmeirense Abel Ferreira foi chamado de burro por parte da torcida
À vontade no campo do rival, a equipe carioca se mostrou calma e inteligente para dominar o oponente, ganhar com autoridade, por 3 a 1, e se aproximar do título. Gregore, Savarino e Adryelson marcaram e impuseram vexatória derrota aos paulistas, que fizeram seu gol solitário com Richard Ríos.
A contundente vitória devolveu a liderança ao Botafogo, agora com 73 pontos, três a mais que o Palmeiras, que terá de ganhar seus dois compromissos finais e voltar a torcer por tropeços do rival para ter chances de conquistar o tricampeonato brasileiro.
De novo confiante, o Botafogo tem chances razoáveis de comemorar dois títulos neste mês. No sábado, 30, em Buenos Aires, disputa a final da Libertadores contra o Atlético Mineiro.
Foi do volante Gregore, concluindo jogada ensaiada originada em escanteio mal apontado (a bola foi desviada pelo próprio botafoguense), o gol que deixou tranquilos os visitantes e enervou os donos da casa, nos pés dos quais a bola queimava.
Raphael Veiga, encaixotado entre os zagueiro, não conseguiu produzir na etapa inicial. Estêvão, sozinho, fez o que pôde. Driblou, incomodou e deu assistências que criou risco de gol, mas que não foi aproveitada. As poucas tentativas do Palmeiras paravam em John, como a bonita defesa em cabeceio cruzado de Marcos Rocha.
O Botafogo, que se sentia em casa, tocou a bola, deixou o tempo passar e se valeu da tensão do rival. Tanto que Marcos Rocha se irritou em disputa com Igor Jesus e resvalou seus dedos no rosto do botafoguense.
O árbitro Wilton Pereira Sampaio foi ao VAR e trocou o amarelo pelo vermelho para o lateral-direito. A expulsão, aparentemente exagerada, enterrou qualquer possibilidade de virada do Palmeiras.
O segundo gol do Botafogo aconteceu no minuto seguinte ao cartão vermelho em jogada concluída justamente no lado onde havia espaço de sobra por causa da ausência de Marcos Rocha.
Savarino, completamente livre, tocou na saída de Weverton e transformou o clima no Allianz Parque em um velório. Calados, mais de 30 mil palmeirenses se revoltaram com o que viram. Depois, parte da torcida gritou “burro” para Abel Ferreira. O canto foi abafado pela maioria, mas ficou o recado: o técnico português não é mais intocável.
Ainda houve tempo para mais: Adryelson fez o terceiro e fez o triunfo do Botafogo ser humilhante para o Palmeiras, que não mostrou, em nenhum momento, força para reagir, ainda que Richard Ríos tenha marcado o gol solitário nos acréscimos.
PALMEIRAS 1 X 3 BOTAFOGO
PALMEIRAS
Weverton; Marcos Rocha, Gustavo Gómez, Vitor Reis e Caio Paulista; Aníbal Moreno (Maurício), Richard Ríos e Raphael Veiga (Mayke); Estêvão (Gabriel Menino), Felipe Anderson (Flaco López) e Rony (Dudu).
Técnico: Abel Ferreira.
BOTAFOGO
John; Vitinho, Barboza, Bastos (Adryelson) e Alex Telles (Marçal); Gregore, Marlon Freitas e Thiago Almada (Eduardo); Luiz Henrique (Matheus Martins), Savarino e Igor Jesus (Júnior Santos).
Técnico: Artur Jorge.
GOLS: Gregore, aos 18 minutos do primeiro tempo. Savarino, aos 27, Adryelson, aos 43, ,e Richard Ríos, aos 47 do segundo tempo.
ÁRBITRO: Wilton Pereira Sampaio (Fifa/RJ).
CARTÕES AMARELOS: Alex Telles, Barboza, John, Mayke, Gómez.
CARTÃO VERMELHO: Marcos Rocha.
PÚBLICO: 31.753 torcedores.
RENDA: R$ 3.284.958,13.
LOCAL: Allianz Parque.
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