Brasil eliminado – sonho do hexa fica nos pênaltis contra Croácia

Brasil vencia na prorrogação, aceitou empate e fracassou nas cobranças dos tiros livres; Croatas fazem semifinal contra vencedor do confronto Holanda x Argentina

Neymar se igualou a Pelé em número de gols pela seleção, mas não foi o suficiente para manter sonho do hexa. Fifa/Divulgação

Da Agências

 

Nos pênaltis, por 4 a 2, após empate em 0 a 0 no tempo normal e 1 a 1 na prorrogação, a seleção brasileira perdeu para a Croácia, nesta sexta-feira, e foi eliminada da Copa do Mundo no Catar na fase de quartas de final. O duelo no Estádio Cidade da Educação, foi mais um insucesso da Canarinho que não conseguiu acabar com o fantasma diante de europeus e adiou o sonho do hexacampeonato. Desde 2002, quando ficou com o pentacampeonato, a seleção brasileira não vence um rival europeu nas quartas. Bateu a Turquia (no Mundial Japão e Coreia 2002), mas parou França (Alemanha 2006), Holanda (África do Sul 2010), Alemanha (Brasil 2014) e Bélgica (Rússia 2018).

Nas cobranças de pênaltis, Rodrygo (goleiro defendeu), Casemiro, Pedro Marquinhos (trave) bateram para os pentacampeões. Do lado croata, Vlasic, Majer, Modric e Orsic cobraram, todos com perfeição, para os atuais vice-campeões mundiais.

A Croácia aguarda quem vencer logo mais o confronto entre Argentina e Holanda. As duas equipes se enfrentam a partir das 16h, no Lusail Stadium.

Neymar marcou para o Brasil no último minuto do primeiro tempo da prorrogação e a coisa parecia decidida. O problema é que a Croácia jamais desistiu de brigar e Petkovic empatou no finalzinho do segundo tempo.

Um dos pontos fortes do time verde-amarelo, a defesa foi pela primeira vez efetivamente testada diante de um meio-campo pra lá de técnico como o de Kovacic, Brozovic e o duas vezes melhor do mundo Modric. Era como se a equipe brasileira estivesse incomodada com a pressão na saída de bola e se permitisse erros bobos contra a  capacidade de organização que vinha pela frente. Casemiro protegeu bem o meio-campo e ganhou sustentação com Éder Militão e Danilo nas laterais. Perisic teve as melhores chances, mas furou e mandou outra para longe no primeiro tempo.

Tite fez mudanças no início do primeiro tempo. Raphinha, que realmente estava apagado, deu lugar a Antony; mas, logo depois, Vini Jr. saiu para a entrada de Rodrygo. O jovem criou boas jogadas, e Neymar ainda foi parar duas vezes na cara do gol. Melhor para o goleiro Livakovic, que ainda pegou um chute forte de Paquetá.

Lá por volta do fim do tempo regulamentar, o Brasil pareceu mais disposto a ganhar o jogo. Ainda que fosse na base da “raça e do coração” como gritava a torcida brasileira, maioria dos 43.893 torcedores, no Cidade da Educação. E faltou mesmo organização. Pedro entrou no lugar de Richarlison e a partida foi para a prorrogação.

Já no último minuto do primeiro tempo da prorrogação (desde 2002 sem o gol de ouro), Neymar resolveu apagar o jogo só razoável que vinha tendo. O jogador honrou o 10 às costas, procurou uma tabela com Lucas Paquetá e saiu na cara do goleiro que havia sido o seu carrasco durante todo o jogo. Com a tranquilidade de sempre, ainda teve tempo para se livrar do arqueiro e marcar o gol.

O gol foi o segundo do jogador nesta Copa do Mundo. Machucado ainda na abertura contra a Sérvia, ele ficou de fora das partidas seguintes contra Suíça e Camarões. Então recuperado de uma entorse no tornozelo direito, marcou contra a Coreia do Sul e decidiu o jogo contra a Croácia. Mais do que isso, o tento valeu a marca histórica de igualar Pelé como o maior artilheiro da história da Canarinho: 77 gols em 124 jogos (o Rei do Futebol tem 32 partidas a menos).

A partida ainda reservava outro gol nos minutos finais, desta vez, do segundo tempo e da Croácia. Petkovic aproveitou uma rápida jogada dos companheiros, arriscou para o gol e contou com um desvio de Marquinhos para vencer o goleiro Alisson. Foi a primeira vez que a torcida brasileira se calou no estádio. E não era para menos. A decisão por pênaltis estava decretada.

A disputa no outro lado da chave começa neste sábado: o Marrocos enfrenta Portugal e a Inglaterra encara a França.

Os times: Brasil – Alisson, Éder Militão, Marquinhos, Thiago Silva e Danilo; Cassemiro, Lucas Paquetá e Naymar; Rainha, Richarlison e Vinicius Júnior; Raphinha. Técnico: Tite.

Croácia- Livakovic; Juranovic, Lovren, Gvardiol e Sosa; Brozovic, Kovacic e Modric; Kramaric, Pasalic e Juranovic. Técnico: Zlatko Dalic

 

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