Com prata no solo, Rebeca Andrade se torna recordista brasileira da ginástica artística

Rebeca Andrade

Em medalhas em um mesmo mundial Rebeca divide o recorde com o nadador Cesar Cielo Foto: Ricardo Bufolin/CBG

Com bronze na trave, Rebeca Andrade escreveu de vez seu nome na história da ginástica artística do Brasil neste domingo, 8, no encerramento do Mundial da Antuérpia. Bronze era o único pódio que lhe faltava no currículo, mas ela volta da Bélgica para o Brasil trazendo na bagagem medalha de ouro no salto e prata, além das medalhas por equipe.

 

No solo, embalada por hits de Beyoncé e Anitta, Rebeca puxou uma dobradinha nos degraus mais baixos do pódio com Flávia Saraiva, bronze em uma série com ritmos brasileiros. Nas duas provas, a americana Simone Biles ficou no topo, somando 23 ouros em Mundiais.

Graças às boas performances de Rebeca Andrade, o Brasil encerrou a participação no Mundial da Antuérpia com um recorde: foram seis medalhas – um ouro (salto de Rebeca), três pratas (individual geral e solo de Rebeca, além de por equipes) e dois bronze (trave de Rebeca e solo de Flavinha). É também a primeira vez que duas brasileiras dividem um pódio de um Mundial.

Na Antuérpia, a americana Simone Biles, de 26 anos, conquistou quatro ouros e uma prata. Na história, agora soma 30 medalhas em Mundiais (23 ouros, quatro pratas e três bronzes) e sete em Olimpíadas (quatro ouros, uma prata e dois bronzes)

 

Recordes de Rebeca e do Brasil

São vários recordes quebrados pelo Brasil na edição de 2023 do Mundial de Ginástica. O primeiro foi em número de medalhas em uma mesma edição (seis), superando a marca de três conquistas em Liverpool, em 2022. Os cinco pódios de Rebeca a colocam no seleto grupo de ginastas mundiais que ao longo da carreira conquistaram medalha em todos as provas – foi a 11ª ginasta a conseguir o feito, se equiparando a lendas como as soviéticas Larisa Latynina e Olga Korbut, as russas Svetlana Khorkina e Aliya Mustafina e a americana Simone Biles.

Em alguns momentos, a brasileira Rebeca Andrade foi a principal adversária da supercampeã Simone Biles Foto: Ricardo Bufolin/CBG

Dentro do grupo de atletas brasileiros mais medalhados da história numa mesma edição de Mundial, Rebeca igualou o número de medalhas que César Cielo no Mundial de piscina curta, em 2014, no Catar. Ana Marcela Cunha segue sendo o maior nome feminino em número total de medalhas, com 16 conquistas em campeonatos mundiais de águas abertas. São sete de ouro, duas de prata e sete de bronze em oito edições de 2010 para cá.

 

Desempenho do Brasil na Antuérpia

O primeiro feito histórico do Brasil na Antuérpia foi a prata inédita por equipes femininas, atrás apenas dos Estados Unidos. O grupo formado por Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Júlia Soares, Lorrane Oliveira e a reserva Carolyne Pedro garantiu 165,530 pontos nos quatro aparelhos. A França ficou com o bronze. As brasileiras já haviam conquistado a vaga olímpica para Paris 2024 nas classificatórias.

 

Por décadas, uma medalha por equipes em um Mundial era vista com um sonho distante, algo que só estava ao alcance de potências como Estados Unidos, Rússia, China e Romênia. Guiadas por Rebeca e Flavinha, as brasileiras mostraram já no ano passado que chegaram a um novo patamar, o de equipes medalhistas. Por menos de um ponto, o bronze escapou no Mundial de Liverpool. Na Bélgica, com o reforço de Jade, a medalha inédita veio.

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