Pilar defensivo da seleção brasileira feminina, Erika vê setor forte para Tóquio 2020

Ela colabora com baixa média de gols sofridos na era Pia Sundhage

Seleção brasileira feminina

Foto: Sam Robles - CBF

Sistema defensivo

No comando da seleção brasileira de futebol feminino desde agosto de 2019, Pia Sundhage dedicou ao sistema defensivo boa parte das atenções. O setor foi o que mais teve jogadoras convocadas (23) pela técnica ao longo do trabalho. Presente em dez dos 18 jogos da sueca, sempre como titular, Erika é a zagueira que mais atuou com a treinadora, ao lado de Bruna Benites (que também fez dez partidas, mas muitas vezes improvisada na lateral direita).

Com Pia, o Brasil sofreu apenas oito gols, média de 0,44 por jogo. Quando Erika esteve em campo, o retrospecto é ainda melhor: somente dois gols cedidos (média de 0,25/partida). Nas ocasiões em que formou a dupla titular com Bruna Benites (uma) e Rafaelle (três), a seleção sequer foi vazada. Esta última tem sido a atual parceira da zagueira pelo escrete canarinho.

“Todas as jogadoras que estão aqui integradas são as melhores para a Pia. Fico feliz pelas atuações, por estar jogando com a Rafa, a Benites e a Poliana. Temos uma zaga muito forte. Independente de quem estiver em campo, será feito o melhor possível. Óbvio que quanto mais jogarmos juntas, melhor”, disse Erika, durante entrevista coletiva em Portland (Estados Unidos), onde a seleção feminina está concentrada desde o último sábado (26).

Serão três semanas de preparação em território norte-americano, antecedendo o embarque para a cidade japonesa de Sendai, marcado para o próximo dia 15 de julho, onde será o período de aclimatação. A estreia na Olimpíada será dia 21, diante da China, no estádio Miyagi, em Rifu. Três dias depois, neste mesmo local, as brasileiras encaram os Países Baixos. A campanha na primeira fase termina dia 27, contra a Zâmbia, em Saitama.

“Estamos batendo na tecla que é [importante] estarmos juntas, na mesma sintonia e página. Essa fase de preparação é muito importante por isso. O fato de estarmos a maioria [jogando] no Brasil favorece a seleção, o crescimento do trabalho da Pia. Sei de olhos fechados o que a Tamires fará na lateral esquerda, o jeito que ela quer receber a bola, como a Andressinha joga de volante. Isso facilita”, descreveu Erika, citando duas atletas com as quais atua no Corinthians.

Se o clima na concentração é de expectativa pela Olimpíada, ele ficou ainda mais animado na última quarta-feira (30), com o anúncio de que a Federação Internacional de Futebol (Fifa) autorizou o aumento de 18 para 22 jogadoras entre as convocadas. Com isso, as quatro atletas que Pia chamou como suplentes – a goleira Aline Reis, a lateral Letícia Santos, a meia-atacante Andressa Alves e a atacante Giovana Queiroz – também poderão competir em Tóquio. O quarteto já integrava o grupo brasileiro em Portland.

“Foi engraçada a forma como a gente recebeu a notícia. Estávamos saindo do treino e a Tamires, que estava no vestiário, viu a notícia na hora e ficamos na euforia, querendo abraçar as meninas. Foi bacana. A gente sabe que, independente de qualquer coisa, elas estão conosco, com o grupo, mas proporcionou uma alegria mais intensa”, finalizou Erika.

Edição: Marcio Parente

Publicado em 01/07/2021 – 17:02 Por Lincoln Chaves – Repórter da TV Brasil e da Rádio Nacional – São Paulo

Seleção Feminina aposta no segredo das bolas paradas como estratégia nos Jogos Olímpicos

Dos 49 gols marcados sob o comando de Pia, 13 foram de bolas paradas. É apostando na altura das atletas defensivas que a sueca almeja furar o bloqueio das adversárias.

Seleção Feminina Principal faz primeiro treino em Portland. Bruna Benites, Érika e Duda.
Créditos: Sam Robles/CBF

Se tem um fundamento que desperta grande interesse da comissão técnica, este, são as bolas paradas. As jogadas táticas já até motivaram paródias da técnica Pia Sundhage com a famosa música Anunciação, do pernambucano Alceu Valença. Dos 49 gols marcados pela Seleção Feminina sob o comando da sueca – 13 foram seguindo este roteiro. É apostando neste fundamento que a equipe almeja furar o bloqueio das adversárias e balançar as redes nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Passes preciosos e atenção na movimentação na área são os segredos para uma atuação perfeita. Os auxiliares técnicos Anders Johansson e Bia Vaz são os responsáveis por criar e aperfeiçoar as jogadas de bolas paradas. Ao longo do períodos de convocação são horas de trabalho e estudos dedicados a fim de potencializar as chances do Brasil em gols.

“A Pia acredita muito no potencial das nossas atletas e sempre reforça como são boas ao efetivar em gols essas chances. O Anders é um grande especialista neste conceito e estuda arduamente o nosso desempenho e das adversárias. Em campo, trabalhamos juntos para que essa filosofia seja absorvida por nossas atletas e a gente siga tendo sucesso neste fundamento”, destaca Bia Vaz.

Anders Johansson e Poliana durante treino de bolas paradas
Créditos: Sam Robles/CBF

Mas não é apenas visando efetivar as chances em gols que a comissão foca nas jogadas de bolas paradas, ajustar a defesa para não sofrer tentos é também uma das motivações nos treinos. Dos oito gols sofridos, apenas um foi em cobranças de falta ou escanteio.

“As nossas atletas têm uma consciência defensiva muito grande e elas estão muito ajustadas. A Pia acredita muito que esse momento da partida será decisivo em jogos de alto nível e, por isso, é a nossa prioridade dar uma atenção grande neste conceito. Defensivamente focamos em ajustar o posicionamento das goleiras e as jogadoras da linha defensiva”, reforça Thiago Mehl, preparador de goleiras da Seleção Feminina.

Bárbara faz defesa durante treino da Seleção Feminina
Créditos: Richard Callis/SPP/CBF

A Seleção Feminina está concentrada em Portland, nos Estados Unidos, até o dia 15 de julho, quando segue para a aclimatação em Sendai, no Japão. A estreia do Brasil nos Jogos Olímpicos será no dia 21 de julho diante da China, em Miyagi. Na sequência, a Seleção Feminina encara a Holanda, no dia 24 de julho, também em Miyagi, e fecha a fase de grupos contra a Zâmbia, em Saitama, no dia 27 de julho.

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Texto extraído do site Agência Brasil.

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