Celebrando os 130 anos do tratado de amizade, comércio e navegação entre Brasil e Japão, o tradicional Festival Nipo Brasileiro chega a sua 34ª edição em 2025. Inclusive, essa comemoração das relações diplomáticas entre os dois países levou a princesa japonesa Kako de Akishino a visitar Maringá no início de junho deste ano.
Por sinal, o festival maringaense, que foi criado em 1989, faz parte da programação oficial relacionada aos 130 anos. “No Festival, a gente vai ter uma exposição de fotografias da visita da princesa Kako aqui, em Maringá”, diz o promotor do evento, Sergio Takao Sato, em entrevista à reportagem.
Organizado pela Tasa Eventos e realizado pela Acema e Ministério da Cultura/Governo Federal, com apoio da Prefeitura de Maringá e Secretaria de Turismo/Governo do Estado, o Festival que une as culturas nipônica e brasileira está programado para ocorrer de 2 a 10 de agosto, na Associação Cultural e Esportiva de Maringá (Acema).
Na noite desta quarta-feira, 16 de julho, ocorreu o lançamento do Festival Nipo Brasileiro, durante jantar para convidados no local do evento. Autoridades, comunidade e imprensa puderam prestigiar um pouco da programação gastronômica da 34ª edição, regada com o famoso sukiaky, que é um prato cozido feito em uma panela rasa à mesa, onde os ingredientes são cozidos e consumidos conforme são preparados. Além da apresentação do Wakadaiko, que é um grupo composto por jovens tocadores de taiko (tambor japonês).
“A gente sempre reúne uma programação artística que agrada aos visitantes”, diz Takao. Sua empresa, a Tasa, está envolvida no Festival há 23 anos. E, na edição de 2025, um dos destaques é o cantor maringaense Joe Hirata, que hoje mora em São Paulo e se apresentará no último sábado do festejo. Outra voz oriunda da Cidade Canção é a cantora Pamela Yuri, famosa nos principais festivais do Brasil e residente em SP.
Sem contar o taiko, concurso de cosplay (no dia da entrada livre), danças típicas, bon odoni, grupos de outras etnias (portuguesa, alemã e espanhola), exposições, comércio. Mas a grande atração, conforme Takao, é a gastronomia, com pratos típicos japoneses. “Hoje, em qualquer grande cidade brasileira, tem mais restaurantes japoneses do que churrascarias”, diz o organizador, destacando que a comida será preparada por voluntários. Em média, 1,5 mil pessoas costuram contribuir com seu trabalho nos nove dias do Festival.
A expectativa de Takao é de público recorde para a edição 2025, superando os costumeiros 70 mil visitantes. “A gente espera chegar perto de 80 mil”.
É por meio do Festival Nipo Brasileiro que Maringá mostra a todo Brasil como consegue manter as tradições e a cultura japonesa, observa o experiente organizador. “Viva a experiência de estar no Japão sem sair de Maringá” é um dos lemas do evento.
Quatro pavilhões
Em 2025, as atividades do festival acontecerão em quatro pavilhões distintos: Comercial, Artístico, cultural e Gastronômico. No primeiro, são expositores de diversos segmentos; no segundo, rolam shows musicais, danças folclóricas, taikô, yosakoi soran, bon odori, desfile cosplay, anime songs; no terceiro, exposições culturais, bonsai, ikebana, artes plásticas e workshops de mangá, origami, pixel art e oshibana; e no Gastronômico, cinco entidades oferecem o melhor da culinária japonesa em pratos preparados por voluntários – a renda do pavilhão é revertida para as entidades que prestam serviços importantes na cidade, como Acema, Seicho-no-iê, Nishi Honganji, Wajunkai e São Francisco Xavier.
O Festival é considerado o segundo maior evento de Maringá e um dos maiores da comunidade japonesa no Brasil. Aliás, a Cidade Canção é uma dos municípios brasileiros que melhor preservam a cultura e as tradições japonesas. Não à toa, a localidade conta, por exemplo, com o Parque do Japão, que é maior jardim japonês além das fronteiras nipônicas.
“O Festival é motivo de muita satisfação. Vem muitas pessoas de fora, também a participação dos maringaenses”, observa o presidente da Acema, Afonso Akioshi Shiozaki, observando que é importante a preservação da cultura, lembrando que, além dos 130 anos das relações Brasil/Japão, também se comemoram os 118 anos da imigração japonesa.
Integração
Com histórico familiar ligado à imigração japonesa, a vereadora Akemi Nishimori está feliz pela difusão da cultura nipônica nessa festa integrada com todas as etnias. “Não é um marco apenas dos 130 anos [da amizade entre Brasil e Japão], mas é um legado dos nossos antecessores deixado para nós”, recordando que a sua família aportou no Brasil oriunda da terra do Sol Nascente e foi pioneira em Maringá. “Meu pai quando chegou aqui [na Cidade Canção] contava que só havia mato, toco, na avenida Brasil”.
Já o deputado federal Luiz Nishimori lembra que acompanha o Festival Nipo Brasileiro desde o início, há mais de 30 anos. “A cada ano que passa, a dimensão desse Festival aumenta, caindo no gosto da sociedade”, destacando que é uma festa que transmite a cultura japonesa.
No cerimonial do lançamento, o prefeito de Maringá Silvio Barros destacou que a relação dele com a comunidade nipônica vem de muito tempo, da época de seu pai, Silvio Magalhães Barros, que também comandou o município no passado e foi o prefeito que assinou o convênio das cidades-irmãs, entre Maringá e Kakogawa. “A comunidade nipônica é extremamente importante para nós. É importante para Maringá do ponto de vista cultural, turístico e esportivo”, disse o atual mandatário.
Emenda parlamentar
Em 2025, o Festival Nipo Brasileiro conta com emenda parlamentar do deputado estadual Jairo Tamura, cujo reduto eleitoral é em Londrina, cidade onde foi vereador e presidente da Câmara Municipal. Essa verba virá por meio da Secretaria de Turismo do Governo do Paraná.
Tasa
A Tasa Eventos organiza os matsuris, que são os festivais de cultura japonesa, em 13 cidades brasileiras ao longo do ano.
Serviço
34º Festival Nipo Brasileiro
De 2 a 10 de agosto
Preço dos ingressos a definir
Acema – Av. Kakogawa, 50, Parque das Grevilhas – Parque Avenida
Maringá
Informações:
https://festivalnipobrasileiro.com.br/
https://www.instagram.com/festival_nipobrasileiro/
