A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) está acusando a Petrobras por manter uma alta defasagem dos preços da gasolina e do óleo diesel em relação ao mercado internacional.
Em vista disso, a associação crê que a estatal vai divulgar em breve um reajuste de valores. Pelo cálculo da entidade, a gasolina brasileira está em média 12% mais barata do que a comercializada no exterior e o óleo diesel, em 7%. “A valorização dos derivados no mercado internacional amplia defasagens. A alta pressiona os preços domésticos de combustíveis e operações de importação seguem inviabilizadas”, disse o presidente da associação, Sérgio Araujo.
A Petrobras, porém, toda vez que é acusada de segurar os preços, valida a política de semelhança de importação. Isso quer dizer que para definir os valores dos combustíveis a empresa leva em consideração o preço internacional, câmbio e custos logísticos.
No entanto, desde que o general Joaquim Silva e Luna assumiu a direção da empresa, a gasolina e o diesel não aumentaram. A justificativa é que as correções acontecerão em prazos mais maiores para evitar o repasse ao consumidor de oscilações externas imediatas.
Já a Abicom revela que a desvalorização do real frente ao dólar também não defende a manutenção dos preços da Petrobras. Com isso, segundo a entidade, o mercado internacional preserva indícios de que o petróleo continuará em níveis elevados neste ano.
“A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) teve acordo sobre o aumento gradual de oferta até o fim deste ano. Sem consenso em relação ao planejamento de 2022, o grupo retoma hoje as discussões sobre manutenção do acordo ou renovação a partir do próximo ano. Mesmo com discussões em andamento, futuros do Brent têm suporte dos ganhos. No momento, cotações superam US$ 76 por barril”, reforçou a Abicom.