Em artigo recente publicado neste O Maringá, Dom Frei Severino Clasen, atual Arcebispo de Maringá, escreveu sobre a importância da valorização e de se fazer uma homenagem para destacar a história de Dom Jaime Luiz Coelho, que morreu em 5 de agosto de 2013, aos 97 anos. Nesta matéria vamos saber sobre o texto publicado, a visão do Arcebispo atual para a cidade de Maringá e o legado deixado por Dom Jaime.
A homenagem proposta é um pedido às autoridades maringaenses para que Maringá tenha o nome de Dom Jaime Luiz Coelho eternizado na denominação de uma avenida. Isso porque na visão do Arcebispo atual no passado, a cultura, desenvolvimento de toda a região tiveram um impulso com participação assídua de Dom Jaime e precisa ser evidenciada tendo uma discussão sobre o assunto.
Destacando o artigo, Dom Frei Severino explica que Dom Jaime tinha visão de empreendedor, de futuro, ousadia, coragem e pés no chão e sobretudo a espiritualidade lúcida. “Aquilo que deve direcionar e conduzir as mentes humanas para o desenvolvimento de uma cidade e de uma região. Não é só a igreja que é beneficiada, mas sim, todas as culturas, todas as massas que envolvem a nossa população de Maringá”.
Dom Frei Severino conta que não foi possível conhecer Dom Jaime pessoalmente e que as pessoas que puderam participar desse convívio com certeza, segundo ele, tiveram grandes ensinamentos e foram privilegiadas. Além disso, Dom Severino explica também que durante o legado de Dom Jaime, as autoridades puderam debater temáticas importantes para a cidade, como também uma preocupação na construção de uma igreja particular com uma característica própria a qual implantou em Maringá. “A figura dele na igreja de Maringá é uma figura de iluminação, de coragem, criatividade e de muita luz do Espírito Santo”.
Legado
O atual Arcebispo conta ainda outros legados que Dom Jaime deixou de herança para Maringá. “As faculdades, hospitais, cultura, planejamento da cidade, sem claro deixar de falar da Catedral”, completa.
Sobre a criação da Catedral Nossa Senhora das Graças, Dom Frei Severino enfatiza toda a beleza e significado que contêm na construção de cada detalhe. “A Catedral eu imagino, seria uma loucura na época e hoje é uma exuberância que aponta o infinito, a capacidade misteriosa do ser humano buscar a beleza, o encanto, o estímulo para nunca parar de criar, de inventar e de produzir para o bem do povo”.
Ele encerra dizendo que a beleza interna está no significado muito mais do que na beleza aos nossos olhos. “Não tem nada de grande exuberância de beleza, mas tem a compenetração do silêncio que nos faz entrar e mergulhar dentro de nós mesmos e buscar a beleza da vida que aponta o infinito o encontro do absoluto que é Deus”.
Catedral
Nascido em 26 de julho de 1916, no interior do Estado de São Paulo, em Franca, Dom Jaime Luiz Coelho era o oitavo entre os catorze filhos de João Amélio Coelho e Guilhermina Cunha Coelho, que residiam em uma propriedade rural no distrito de Cristais.
Logo que chegou a Maringá para assumir o governo da Diocese, uma das principais pretensões de Dom Jaime era a construção de uma nova Catedral. Assim, em 15 de agosto de 1958 ocorreu o lançamento da pedra fundamental. A corrida espacial daquele período guiou a inspiração dele para o famoso formato cônico, que virou o projeto do arquiteto paulista José Augusto Bellucci.
“Normalmente o que se ouve sobre a concepção do formato da Catedral remete ao foguete soviético Sputnik. Porém, como se lê no livro do padre Orivaldo Robles, ‘A história da Igreja Católica em Maringá: a igreja que brotou da mata’, o que de fato inspirou Dom Jaime teria sido a ogiva norte-americana e não a soviética”, diz o Maringá Histórica.
A construção da nova Catedral foi previamente concluída no dia 10 de maio de 1972, consagrada no dia 3 de maio de 1981 e, aos 21 de janeiro de 1982, pelas mãos do papa João Paulo II, recebeu o título de Catedral Basílica Menor.