Leonardo Filho
A semana foi marcada por uma violência atípica em Maringá. Em apenas uma semana, cinco pessoas foram assassinadas na cidade. Ao longo do ano, 34 pessoas foram assassinadas. Até o fechamento desta edição, o caso mais recente havia sido registrado na manhã da última sexta-feira, 4. Um homem que não portava documentos foi encontrado morto no Jardim Alvorada em Maringá. O corpo estava em um banco ao lado de uma quadra esportiva nos fundos da igreja São Francisco de Assis.
Moradores das proximidades relataram à Polícia Militar (PM) que ouviram disparos por volta das 2h. Na manhã de hoje, um morador que passava a pé pela praça, viu o homem caído e ligou para a PM. A Polícia Civil e o Instituto Médico Legal (IML) foram até o local e constataram um ferimento no pescoço. O caso será investigado pela Delegacia de Homicídios de Maringá.
Durante o feriado de finados, 2, a ação mais violenta. Três pessoas foram baleadas durante um sepultamento que ocorria no Cemitério Municipal de Maringá. O crime aconteceu no fim da tarde. Um dos baleados morreu no local, identificado como Fernando Gabriel Vieira Lamin, de 20 anos, o outro rapaz foi atingido no pescoço e atendido por uma equipe do Samu. O estado dele ainda é considerado gravíssimo.
Já o terceiro baleado teria sido socorrido por terceiros ao Hospital Municipal de Maringá. Equipes da Polícia Militar (PM) foram até o local e o caso também é investigado pela Polícia Civil. A polícia trabalha com a hipótese de disputa entre traficantes. O irmão do rapaz que era sepultado é o principal suspeito de cometer o crime. Ele foi identificado pela polícia.
Ainda durante a tarde de quarta, Eleandro Pereira Lucas, de 40 anos, foi encontrado morto em uma residência no Jardim Alvorada após ser atingido por golpes de machado na cabeça. A PM foi acionada por um morador do bairro que encontrou o corpo nos fundos de um imóvel. A vítima e o autor do crime moravam no local que é utilizado por usuários de drogas. A cena foi isolada pela PM, e os demais órgãos competentes acionados. O corpo da vítima foi recolhido e encaminhado ao Instituto Médico Legal de Maringá.
No início da tarde, após receber informações de moradores do bairro, uma equipe do Pelotão de Choque do 4ªBPM, que localizou e prendeu o autor do crime. Antônio dos Santos Leal, de 66 anos, estava em um bar que fica na mesma Avenida que o crime aconteceu. Em uma breve conversa com os policiais, ele teria confessado que matou seu desafeto e disse não estar arrependido. Ele já havia sido preso em uma outra ocasião, no estado de São Paulo – também após ter praticado um homicídio. Antônio está preso.
Já durante a madrugada de finados, um jovem de 19 anos foi morto com quase 30 tiros na rua Rio Tapajós, no Conjunto Branca Vieira, na zona norte da cidade. De acordo com a Polícia Militar (PM), um grupo de jovens estava em frente a residência quando três homens chegaram em um veículo de cor escura. Portando armas de fogo, os criminosos atiraram várias vezes contra a vítima que morreu no local. O jovem morto foi identificado como José Augusto de Oliveira. O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios de Maringá. No local, a polícia recolheu 28 cápsulas de munições calibres .380 e .40.
Na segunda-feira, 31, outro homicídio. Um jovem de 26 anos foi morto a tiros na Rua Marcelo Émerson Franchini, no Jardim Aurora. Willian Alves Neves foi morto com diversos tiros de pistola calibre 9 milímetros. A suspeita da polícia é de que o jovem tenha sido atraído ao local por uma emboscada.
O caso ainda é investigado pela Delegacia de Homicídios. A Polícia Civil de Maringá apurou que em março deste ano, Neves foi vítima de uma tentativa de homicídio no Distrito de Iguatemi. A época ele foi baleado nas pernas e braços. Uma câmera de segurança registrou imagens de um veículo suspeito. Por enquanto, nenhum suspeito foi identificado.
Polícia
Em vários crimes o comandante da PM de Maringá tenente-coronel Jefferson Luiz e o delegado-chefe Adão Rodrigues acompanharam a ocorrência. “Não podemos admitir esse tipo de situação ocorrer em Maringá. Vamos nos empenhar para esclarecer e prender esses criminosos”, afirmou Rodrigues. Para a polícia, trata-se de uma ‘guerra’ entre grupos criminosos que disputam pontos de venda de drogas.