Especialista alerta sobre o manuseio e consumo de peixes

A médica veterinária de alimentos, Letícia Costa alerta sobre os riscos no consumo de peixes - Foto: Arquivo pessoal

Com o aumento expressivo no consumo de pescados durante a Quaresma é necessário redobrar os cuidados com a alimentação. Os principais perigos para o consumidor são peixes deteriorados e com a fraude, comum nessa época, segundo destaca a médica veterinária de alimentos, Letícia Costa. Ela alerta que a principal fraude é a utilização de um peixe de menor valor e colocar ele como peixe de maior valor. “Temos que nos atentar quando o peixe está com um valor muito barato ou quando o rótulo vem escrito: “peixe tipo bacalhau”, não existe, ou ele é bacalhau ou ele não é”.

É bacalhau ou não

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A posta é mais robusta, mais achatada e a cauda é triangular. A coloração sempre vai ser um tom de branco e amarelado, no entanto se o peixe estiver já cortado é mais difícil de identificar, então é importante preferir comprar inteiro. O bacalhau impróprio para consumo é aquele que estiver macio, desintegrando facilmente, odor ruim e coloração vermelha ou pintas pretas que indica contaminação

Alimentação longe de casa

É importantíssimo conhecer o local. Saber se existe limpeza adequada e se os funcionários são treinados para o manuseio correto. No consumo de alimentos no buffet os alimentos têm que ser servidos bem quentes, pois acima de 60, 70 graus a maioria das bactérias elas vão morrer. “Se os alimentos não forem servidos nessa temperatura bem quente a chance de estarem contaminados é alta”, explica a especialista.

Na hora de avaliar um peixe fresco, alguns critérios são visíveis e essenciais – Foto: Arquivo pessoal

Procedência

É necessário saber avaliar se o lugar que está vendendo os pescados, têm registro em algum órgão fiscalizador (compra em bandeja ou a granel). Se for compra em embalagem é importante saber se existem os selos de inspeção SIM, SIE e SIF (Serviços de Inspeção Municipal, Estadual e Federal), garantindo que o produto tenha passado pelo processo de inspeção e que ele tem o controle de qualidade. “É importante também comprar sempre produto com rótulo e esse rótulo tem que descrever qual é aquele  produto. No caso do bacalhau vai estar escrito qual é a espécie dele, se é ‘gadus morhua’ ou ‘gadus macrocephalus’”, informa Letícia Costa.

Outros aspectos

Na hora de avaliar um peixe fresco, alguns critérios são visíveis e essenciais como os olhos. “Os olhos tem que estar brilhantes e salientes, não pode estar aquele olho fundo. A gelra, principalmente no salmão, tem que estar vermelha sem cheiro ruim, ela não pode estar amarronzada. As escamas sempre vão estar firmes e úmidas no peixe fresco e a textura de carne firme, fora isso, ele não está pronto para ser consumido”, salienta, a veterinária de alimentos.

Peixes expostos

Outro item em que os consumidores devem ficar atentos são aqueles peixes expostos, sem embalagem e ainda, sem estar resfriados, ou seja, em temperatura ambiente.

Manuseio

Segundo Letícia, se o pescado for fresco, a pessoa pode pegar uma tábua e uma faca bem higienizados para realizar a manipulação e evitar que o peixe fique fora de temperatura refrigerada por muito tempo, efetuando o armazenamento ou cozimento na sequência. “Se for fazer o descongelamento, colocar sempre na parte de baixo da geladeira. Descongelar de um dia para o outro ou no microondas e nunca fazer o descongelamento em temperatura ambiente”, comenta.

Validade curta

A validade do pescado é curta. Mesmo cozido a orientação é que se consuma em até dois dias, visto que o nível de contaminação é maior. “Se for salmão fresco o consumo tem que ser imediato”, esclarece Costa.

 

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