Com Agências
Com o aumento dos incêndios florestais na Amazônia e no Pantanal devido às mudanças climáticas, cidades de dez estados brasileiros estão enfrentando a fumaça e uma consequente piora na qualidade do ar. Imagens do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos revelam uma grande concentração de monóxido de carbono se espalhando do Norte do Brasil até as regiões Sul e Sudeste, passando por países vizinhos como Peru, Bolívia e Paraguai.
Na última semana, o Unicef alertou sobre os cuidados necessários para proteger a saúde em meio a essa situação. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), os incêndios na Amazônia têm se concentrado principalmente no sul do Amazonas e ao redor da Rodovia Transamazônica (BR-230). Os estados do Amazonas e Pará são responsáveis por mais da metade dos focos de incêndio no bioma desde o início do ano.
O Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFRJ (Lasa-UFRJ) estima que, em 2024, 3,2 milhões de hectares da Amazônia e quase 1,9 milhão de hectares do Pantanal foram consumidos pelo fogo. Essa devastação representa 0,77% do bioma amazônico e 12,5% do Pantanal. O Lasa-UFRJ também emitiu um alerta de perigo extremo de fogo para a Bacia do Paraguai no Pantanal, prevendo condições climáticas desfavoráveis para o combate aos incêndios até a próxima quinta-feira (22).
Para enfrentar essa crise, o MMA conta com 1.489 brigadistas do Ibama e ICMBio na Amazônia, onde já foram extintos 98 incêndios, embora 75 ainda permaneçam ativos. No Pantanal, 348 brigadistas do Ibama e ICMBio, além de 559 militares, estão combatendo os incêndios, dos quais 46 ainda estão ativos, mas 27 já estão controlados.
Desde junho, o governo federal, através de uma sala de situação, centraliza as respostas aos incêndios no país, disponibilizando R$ 405 milhões do Fundo Amazônia para as guarnições do Corpo de Bombeiros na Amazônia Legal e um crédito extraordinário de R$ 137,6 milhões para o Pantanal, além de repasses adicionais para assistência humanitária e combate aos incêndios.