Em fevereiro deste ano, o Índice de Confiança do Comércio (ICOM) subiu 3,0 pontos em relação ao mês anterior, o que é visto como uma boa notícia para o setor comercial no Brasil, pois é a primeira alta após cinco meses de queda. Na métrica de médias móveis trimestrais, houve queda de 0,5 ponto, quarta queda seguida.

O ICOM é medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e é considerado uma importante ferramenta para avaliar a confiança dos empresários do setor comercial em relação à economia e ao desempenho de seus negócios.

Segundo Renan Gomes, economista da FGV, essa melhoria do índice no mês de fevereiro não deixa claro se se trata de uma recuperação sustentável ou apenas um processo de recomposição da confiança perdida nos últimos meses.

“No mês de agosto do ano passado, a gente observou uma queda significativa no índice, o que implica em uma recuperação ainda muito leve, mas que mantém o nível de confiança em um patamar bem baixo”, explica o especialista.

Para o especialista, a causa dessa melhoria do indicador pode estar relacionada ao fim do processo eleitoral e a incerteza a respeito da política econômica que o novo governo adotaria. “O fim desses problemas políticos _ ou a redução deles _pelo menos já traz um pouco mais de confiança também pro consumidor”.

Pedro Henrique Cecílio, tem 32 anos e é gerente da Ferragens Cecílio em Taguatinga – DF. O mesmo diz que a expectativa para o comércio esse ano ainda é moderada devido a recente mudança de governo. “As pessoas continuam sem dinheiro, o governo acabou de entrar, a gente ainda não sabe qual será de fato as questões financeiras dele, principalmente em questão de imposto e liberação de cartas de crédito para os comerciantes, mas tudo indica que teremos boas novas”, completa Pedro.

O comerciante também acredita que, com o final da pandemia de Covid-19, as pessoas voltem a consumir como antes do acontecimento.

De acordo com a FGV, o Índice de Situação Atual (ISA-COM) avançou 6,7 pontos chegando em 86,6 pontos, primeira alta depois de quatro meses de quedas consecutivas, enquanto o Índice de Expectativas (IE-COM) cedeu 0,8 ponto, chegando em 85,7 pontos.

O ISA-COM, em médias móveis trimestrais, acumulou perda de 21 pontos desde agosto de 2022. No mesmo sentido, também tem aumentada a citação ao fator de demanda insuficiente como um limitativo à expansão dos negócios. Atualmente 26,8% citaram sugerindo dificuldade de recuperação no setor.