Dois influenciadores, um pastor e uma cantora estão entre os presos em uma nova fase da operação Lesa Pátria, que investiga suspeitos de terem financiado os atos golpistas do dia 8 de janeiro. A opeação da Polícia Federal (PF) foi deflagrada nesta quinta-feira, 17, a 14ª fase da Operação Lesa Pátria. O objetivo é identificar pessoas que participaram dos fatos ocorridos em 8 de janeiro, quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidos e depredados.
Em nota, a corporação informou que estão sendo cumpridos dez mandados de prisão preventiva, sendo dois no Distrito Federal, dois em Goiás, um na Paraíba, dois no Paraná e três em Santa Catarina, além de 16 mandados de busca e apreensão na Bahia, em Goiás, na Paraíba, no Paraná, em Santa Catarina e no Distrito Federal.
“Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido e crimes da lei de terrorismo.”
Influenciadores
O influenciador Isac foi preso no Distrito Federal. Nas redes sociais, o influenciador divulga o dinheiro que ganha com supostas vendas na internet. “Fiz mais de 2,5 milhões vendendo na internet. Ensino de graça”, escreveu ele em seu perfil em uma rede social.
Em outra rede social, Isac mencionou a “Festa da Selma” em dois posts. “Vai ser foda a festa da Selma!!!”, escreveu ele no dia 7 de janeiro, um dia antes dos ataques golpistas. Já no dia 8, ele fez outra postagem: “Festa da Selma não tem hora pra acabar!!! Levem suas bíblias e seus direitos!!”.
O também influencer Rodrigo foi preso em João Pessoa, na Paraíba. Segundo a PF, ele foi um dos primeiros a usar o termo “Festa da Selma” para incitar os atos golpistas do dia 8 de janeiro.
Influencer bolsonarista, Rodrigo posta mensagens sobre o ex-presidente nas redes sociais e em um grupo no Telegram. Ele, que se apresenta como gestor público, também foi ex-secretário de comunicação da Prefeitura de Bayeux, na Grande João Pessoa.
Ainda de acordo com a nota, os alvos da operação são suspeitos de terem fomentado o que a corporação se refere como “Festa da Selma”, codinome utilizado para se referir às invasões.
“O termo Festa da Selma foi utilizado para convidar e organizar transporte para as invasões, além de compartilhar coordenadas e instruções detalhadas para a invasão aos prédios públicos. Recomendavam ainda não levar idosos e crianças, se preparar para enfrentar a polícia e defendiam ainda termos como guerra, ocupar o Congresso e derrubar o governo constituído.”
Pastor
O pastor Dirlei foi preso em Blumenau, no Vale do Itajaí. Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ele tem fotos com o quarto filho do ex-presidente, Jair Renan, divulgadas em redes sociais.
Dirlei ocupa atualmente o cargo de coordenador técnico do gabinete do presidente da Câmara de Vereadores de Blumenau, Almir Vieira. Segundo o portal da transparência, ele recebe um salário de R$ 5.075 mensais.
A NSC TV entrou em contato telefônico com a esposa de Dirlei, que confirmou a prisão do marido. A reportagem buscou o advogado do pastor, que informou estar se inteirando do assunto.
Cantora
Fernanda Ôliver foi presa pela PF em Goiânia. Apesar de morar na capital goiana, a cantora nasceu em Araguaçu, no Tocantins, em 1998. Ela tem quase 140 mil seguidores no Instagram.
A prisão de Fernanda foi confirmada por fontes ligadas à operação.