A Editora Três, responsável pelas revistas IstoÉ e IstoÉ Dinheiro, anunciou sexta-feira, 24, o fim das versões impressas das duas publicações, em mais um episódio da grave crise que atinge a Editora Três, que não está conseguindo pagar salários e os funcionários estão em greve.
Em comunicado enviado aos jornaleiros, a empresa informou que as revistas passarão a operar exclusivamente no meio digital, encerrando o envio de exemplares às bancas.
“Entendemos que essa situação pode gerar instabilidade para quem tem clientes fixos e boas vendas. Infelizmente, produtos como jornais e revistas tornam-se cada vez mais escassos no cenário atual”, escreveu a empresa em um comunicado à imprensa.
O encerramento da parte gráfica das grandes editoras de jornais e revistas reflete uma tendência global no setor editorial, com empresas migrando para o digital diante da queda na circulação de impressos e da mudança nos hábitos de consumo de mídia.
No caso da Editora Três a a decisão pode ter razões financeiras, já que são bastante conhecidos os problemas financeiras da empresa.
Patrimônio diminui e dívidas crescem
Com dívidas acumuladas que chegam a R$ 264 milhões, a editora fundada por Domingo Alzugaray, que morreu em 2018, já iniciou dois processos de recuperação judicial desde 2007 e um deles, iniciado em 2020, ainda está em curso.
A revista foi fundada em 1976 pelos proprietários da Editora Três: o empresário Domingo Alzugaray, ex-diretor comercial da Editora Abril, o jornalista Luís Carta, ex-diretor da Realidade, publicada pela Abril, e Mino Carta, que havia sido o criador da revista Veja, também publicada pela Abril.
Luís foi o primeiro a deixar a sociedade e Mino Carta deixou a IstoÉ em 1981 e fundou a Carta Capital.
Sem os Carta, que são referência de jornalismo de qualidade e credibilidade, a Isto É tomou rumos estranhos e vem, aos poucos, caindo no conceito e preferência doleitor brasileiro.
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