A Jovem Pan, emissora declaradamente alinhada ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e que parecia ter como principal objetivo destruir o petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e enaltecer Bolsonaro, demitiu nesta segunda-feira, 31, os comentaristas Augusto Nunes e Guilherme Fiúza, titulares do programa “Pingos nos Is”. Há informações de que a Jovem Pan demite também Caio Coppola, outro bolsonarista.
As demissões acontecem no dia seguinte à eleição de Lula para a Presidência da República, mas os comentaristas já estavam afastados da programação da emissora.
Após derrota de Bolsonaro nas eleições deste domingo, 30, a JP iniciou mudanças de impacto no quadro de jornalistas. Augusto Nunes foi o primeiro a ser demitido.
O jornalista estava afastado da Jovem Pan por descumprir orientação da emissora de não usar expressões como “ladrão”, “ex-presidiário”, “descondenado” e “amigo de ditadores” para se referir ao então candidato à Presidência e agora próximo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.
Guilherme Fiúza também deixou de fazer parte dos quadros da Jovem Pan. Os dois jornalistas estavam à frente do programa “Pingos nos Is”, um dos principais da emissora, que abriu espaço diversas vezes para que Bolsonaro fosse entrevistado, chegando até a retransmitir as lives do atual presidente na programação. Pela mesma razão de Nunes, Fiúza também estava afastado da programação.
A demissão de Caio Coppolla foi noticiada na tarde desta segunda-feira. Ele já tinha trabalhado antes na emissora, mas deixou-a para ir para a CNN, mas logo estava de volta. Segundo dizem, a demissão de Coppolla foi pelos exageros das críticas a Lula, mas também por ele agir como “estrelinha” na emissora, achando que era mais importante do que de fato é.
Sem citar nomes, a emissora afirmou que estava do lado da democracia. “A Jovem Pan não vai se omitir e jamais vai aceitar afrontas ao Estado Democrático de Direito e a destruição de nosso país”, escreveu em editorial.