O Céu ao Seu Lado
Nem todos os céus são feitos igual. Embora estejamos familiarizados com o que se trata de um ambiente exterior que cercamos todos os dias, existe uma outra esfera celeste que reflete a alma e a emoção humana. E se, ao olhar para o céu ao seu lado, você perceber que não está apenas admirando o sol nascente ou as estrelas no firmamento, mas está também descobrindo-se mesmo.
Pode ser fácil passar dias a fio sem sequer dar um bom olhar ao céu acima de nossa cabeça. As rotinas, as prioridades, a sobrecarga de trabalho, as preocupações pessoais podem nos manter absorvidos e esquecidos das maravilhas que rodeiam a nosso redor. Mas é importante lembrar que o céu não está apenas lá fora, está dentro de nós, nos guiando, nos orientando e nos inspirando para novas expedições, para novos sonhos.
No entanto, se pararmos a atenção nesse grande leque de estrelas ou na majestade de uma aurora, podemos descobrir que existem outras lutas que transcendem a mundanidade diária. Quando observamos a luz da estrela ou o sol por trás de nuvens cinzentas, sentimos como se fosse um convite para olhar mais longe, para vislumbrar possibilidades, para construir um panorama mais amplo de nossa realidade.
Para quem está vivendo um período de crise ou desamparo, pode parecer como se o céu estivesse coberto por uma membrana opaca, dificultando a nossa capacidade de ver a frente, de nos inspirar a encontrar uma luz no escuro. Nesses casos, é especialmente importante pararmos para escutar a natureza, permitir que nossas emoções fluam para que possamos conectar com nossa própria intuição, nos ajudando a encontrar um equilíbrio entre as lutas do quotidiano e a esperança do futuro.
Em sua caminhada no céu ao seu lado, é preciso parar-se, observar e se relacionar com aquilo que há fora e dentro de si mesmo. E aí, muitas vezes, podemos encontrar surpresas positivas. Deixar a vida correr ao lado dos sentimentos negativos, buscar momentos de solitude para respirar fundo e encontrar harmonia em nossas ações podem nos trazer paz, segurança e orientação.
Nós temos como que um padrão, como uma forma, de compreender o universo, não apenas o externo, mas também o que se encontra dentro de nossa alma. Mas se nos perguntarmos, podemos notar que havia algo no fundo que não havíamos notado antes, alguma luz brilhante, um pontinho que queria nos dar uma resposta ou uma guia para nos sentirmos realizados.
As emoções não são apenas a consequência da situação que estamos enfrentando, podem também ser uma sinalização do que podemos alcançar ou não, de quais escolhas fazer para construir uma vida plena. De forma que quando o céu está sombreado e você está com ansiedade, comece a descobrir novos horizontes, uma maneira diferente de encarar as dificuldades que estão se destacando na frente de você, de modo a superá-las e mudar seu ritmo.
Assim, enquanto nos olhamos ao lado do céu, devemos encontrar uma capacidade de ouvir e fazer escolhas de forma consciente. Em geral, os objetivos e desejos podem ter mudado no curso do tempo, mas quando paramos e refletimos, podemos redefinir nossa propósito e dar o sentido de urgência às necessidades do seu presente.
Certa vez, o escritor russo Andrei Tarkovsky disse: "O destino está sempre fora da janela". Em seus filmes, frequentemente se enfatiza o relacionamento da alma humana com a natureza, ou seja, a busca da ligação com aquilo que se encontra dentro de si. Ele mostrava que, além das questões políticas, econômicas ou sociais, a pergunta fundamental do homem é qual é o propósito da vida, como deve viver no mundo e em si mesmo.
Enquanto caminhamos no lado do céu, é natural sentir que estamos diante de um gigantesco oceano inexplorado. Não apenas temos a natureza como fonte de inspiração, também temos que reconhecer as próprias limitações, e superar nossas mais íntimas preocupações.
Parecem teros na arte de conviver com os problemas que temos no século XXI, muitos nos fazemos de corresponsáveis pelo curso de nossas vidas e pelas nossas escolhas. O cerne do debate está em: se podemos saber onde vamos chegar ou melhor ainda, que destino é escolher?
Desbloqueamos nossa consciência, experimentamos um fluxo contínuo de novos sentidos e valores. Além disso, como escreveu Carl Jung, a vida é "um caminho, e o homem não sabe qual é a meta". Para além da visão limitada que temos sobre a própria vida e a natureza, devemos reconhecer que, sem importar de que direção estejamos seguindo, temos de criar apropriadas ressonâncias interiores que ajudem a governar a nosso ritmo individual.
Se é difícil adivinhar que tipo de conhecimento é encontrado em nossa navegação individual, o único que podemos encontrar é que em todo lugar é uma fonte de força que está trabalhando no seu interior para libertar seus limites.
Mas para o céu está além do nossas visões limitadas do passado. Quem segue essa busca irá descobrir que todas as escolhas e todas as opções estarão lá à espera. Sua própria jornada através do tempo se transformará num destino. Ele aprenderá que não é suficiente apenas vivenciar seus objetivos ou realizações. Isso só o faz desencaminhar, enquanto precisa continuar em andamento, explorando, sperimentando, melhorando a cada dia que passa.
Essa luta pela sabedoria pessoal, não apenas para fazer com que eu saia como melhor homem para enfrentar seus problemas, é fundamental para evitar a frustração, a amargura ou a indolência. Esse é um momento para tomar medidas mais seguras para um futuro melhor e, consequentemente, ser um guerreiro em construção, conquistando ao mesmo tempo em que aprendendo a controlar seu caminho.
Se começamos a experimentar esse modo de ver e fazer as escolhas, encontrarão uma profunda harmonia interior. Ele sentirá-se conectado e orgulhoso de se chamar membro da sua família. No entanto, essa habilidade também fará com que ele possa entender melhor seu lugar no cenário do seu entorno. Em última instância, encontrará o lugar de sua paixão para criar mudanças.
Compreender essas relações, reconhecendo o importante papel do próprio eu para descobrir-se, conectar-se e descobrir que, assim que a ligação se abre, surge o amor. Deixa que se manifeste através da criatividade, amizade e amar sem hesitar ou com medo de errar. Esse amor pode ajudar a melhorar as circunstâncias que as pessoas estão passando e nos traz muita força para prosseguir nossos sonhos.
Finalmente, se estamos caminhando ao lado do céu e vemos o fio de contas entre nossa consciência e o grande mosaico do universo, então percebemos que é hora de aceitar quem somos. Somos capazes de lidar com a vulnerabilidade, sabemos como mudar de percepção em nossa jornada, podemos transformar a luz da sabedoria em amor, criando uma ponte entre a individualidade e o todo.
Concluir o passeio no céu ao seu lado não significa que vamos necessariamente sentir que sabemos exatamente onde vamos estar, mas, sim, sentiremos como se estivéssemos vivendo nos minutos atuais. Essa experiência da ligação nos traz confiança no sentido do compasso interior.
Esse tempo pode parecer muito breve no fluxo tempoiro da existência, no entanto, é justamente essa pausa para reflexão, esses silêncios para a conexão com nossa própria espiritualidade que podem conduzir às nossas próximas paixões. Nesse tempo, a dor não é tão aguda; o prazer não é um objeto, alegria simples e honesto, que vibra com todo o ser que há neles.
No lado do céu, descobrimos como, embora possamos enfrentar situações difíceis ou momentos de solidão, jamais podemos estar sem amor, compaixão ou inspiração. Em geral, as grandes vitórias que podemos realizar estão muito longe do lado oposto. Mas é somente quando abrimos nosso coração que podemos perceber a grande liberdade, a beleza da conexão com a essência divina, e permitir que seja guiado para alcançar as metas mais altas.
Continue Lendo o Jornal O Maringá