Oito a cada 10 homicídios em Maringá foram solucionados pela polícia

Os autores de 25 dos 31 assassinatos que ocorreram em Maringá no ano passado foram identificados ou presos. Cerca de 85% das vítimas foram jovens de 15 a 30 anos

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A cada dez assassinatos registrados em Maringá, oito tiveram os autores identificados. Dados da Delegacia de Homicídios (DH) da 9ª Subdivisão Policial (SDP) de Maringá revelam que nos dois últimos anos (2019-2020), 80% dos crimes contra a vida foram esclarecidos pela polícia.

O ano de 2020 fechou com um total de 31 assassinatos em Maringá. Em 25 deles, segundo a polícia, os autores foram presos ou estão identificados. Já em 2019, dos 26 assassinatos, em 21, de acordo com a Polícia Civil, a autoria foi esclarecida pelos investigadores.

O Instituto ‘Sou da Paz’ que acompanha números da violência no Brasil informou que na América Latina a média de elucidação de assassinatos é de 43%. Levantamento mais recente do instituto, divulgado em setembro de 2020, mostra que dentre 10 estados brasileiros, a média de identificação dos suspeitos é de 33%.

“Esse índice de Maringá é resultado do trabalho eficiente que estamos desenvolvendo. A equipe está muito afinada. A dedicação e comprometimento de todos é muito grande. De modo que assim que acontece o crime todos da DH ficam empenhados em resolver o mais rápido possível o crime”, pontua o delegado Diego Elias de Almeida.

O Sou da Paz apurou que o Distrito Federal apresenta o índice mais alto de esclarecimento 90%. O Mato Grosso do Sul é o segundo com 67% dos crimes elucidados e o terceiro é o estado de Rondônia com 58%. O Paraná, segundo o instituto, não apresentou dados suficientes para o embasamento da pesquisa. O instituto leva em conta dados de 2017.

Casos

Mas, por trás dos números, há histórias de vidas que foram ceifadas repentinamente pela violência. Do total de pessoas assassinadas em 2020 em torno de 85% eram jovens com idades entre 15 e 30 anos. Um dos casos de maiores repercussões do ano foi o de uma adolescente de apenas 15 anos.

Ingrid Vitória Júlio Regina foi morta na madrugada do dia 8 de novembro vítima de uma bala perdida. A garota estava no Parque Industrial acompanhada de familiares quando foi atingida por um tiro na cabeça. O principal suspeito do crime, Luiz Gustavo Xavier, de 20 anos, foi preso 10 dias depois em Paiçandu. Ele participava de uma festa clandestina que acontecia nas proximidades quando, segundo a polícia, atirou a esmo e baleou a garota. O suspeito que segue preso nega que tenha praticado o crime.

Um outro caso que gerou muita comoção aconteceu no mesmo fim de semana. O comerciante Valdomiro Campos, 57 anos, segundo a polícia, matou a tiros a enteada Francieli Cristina Campos de 39 anos. Durante uma briga, por motivo banal após um churrasco de aniversário, ele discutiu com a esposa Elizabete Orioli, de 60 anos.

Na discussão, ele se armou com um revólver e ao apontar para atirar na esposa, atingiu a enteada que morreu na hora. Elizabete foi atingida por um disparo, socorrida ao hospital, mas morreu dias depois. Campos foi preso ao tentar fugir. No interrogatório prestado à polícia ele alegou que a arma disparou de forma acidental. Ele permanece preso e vai responder pelo crime de homicídio com agravamento de feminicídio.

Ações

O comando do 4º Batalhão de Polícia Militar (BPM) informou que as ações serão intensificadas. “Ao longo do ano, a polícia apreendeu mais de 230 armas de fogo. Vamos atuar nas ações de abordagens, tráfico de drogas, que motiva outros crimes e destacar o efetivo também em outras frentes”, afirmou o comandante da 1ª Companhia do 4º BPM capitão Rodrigo Girotto. Na segunda quinzena de janeiro, a PM vai divulgar de forma oficial as estatísticas criminais do ano passado. (com Equipe Pinga Fogo e O Dia na Cidade)

6 a 20 anos

É a pena prevista no artigo 121 do Código Penal para casos de homicídio qualificado no Brasil.

 

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