Onde está o Amor? Uma pergunta que ecoa por todas as eras, que se confunde com o som da Terra, que flutua na atmosfera e se metamorfosea em diferentes estilos, tonalidades e ritmos. Amor é uma das principais palavras da linguagem humana e, paradoxalmente, uma das mais difíceis de definir. Nessa busca pelo Amor, todos estamos conectados, seja conscientemente ou inconscientemente. Ainda que alguns neguem a existência dele, ou outros o ignorem, há algo dentro de nós que procura e aspira a um sentido mais profundo e elevado.
Dificilmente alguém resistiu ao magnetismo irresistível do amor, que atrai como uma flecha com seta acoplada às emoções, aos desejos e aos sonhos. Acreditamos que o Amor seja o sentimento mais poderoso da vida, uma emoção capaz de transfigurar our lives. Faz-nos ver a realidade com diferentes olhos, mudar nossa perspectiva, transformar a rotina e revolucionar o ser.
A palavra Amor não tem tradução certa em muitas línguas. Aos que falam italiano, amor é amore. Ao que fala alemão, amor é liebe. Mas ao que fala o Português brasileiro, amor é, infelizmente, apenas uma palavra que nem sempre se iguala à sensação, à emoção ou à experiência que o chamamos Amor. No entanto, independentemente da linguagem ou do idioma, a noção de Amor é universal.
Quando o Amor nasce, uma energia é desencadeada, que reverbera por toda a nossa vida. Ela é o estímulo que nos movimenta a explorar os sentimentos mais profundos e as necessidades mais elementares do ser. Ela nos inspira a nos expormos, a nos corrermos o risco de não saber se vai dar certo ou não. É a paixão que nos impele a agir e a sentir intensamente, com ou sem consequências.
É provável que todos já tenham vivenciado aquele sentimento ardente que, sem nos rendermos ao movimento da alma, não paramos de experimentar e nos permite a sensação de ter vivido para além do nosso tempo. Quando isso ocorre, somos impelidos a olhar ao redor e ver, finalmente, a realidade em cores vívidas e contrastantes, a percepção mais vívida do presente e da relação entre o universo e a vida.
Há Amor na conexão profunda com os seres que amamos. É aquele vínculo que, quando quebrado, parece que a terra nos escraviza, ou quando estabelecido, nos transporta ao outro lado da vida. O Amor nos lembra de que a conexão entre as coisas e entre as pessoas é mais forte que qualquer outro vínculo, pois ele se funda nos laços profundos que estabelecemos entre nós.
Quando encontramos Amor, parece que o mundo tem mais cores e texturas, que o ruído e a luz tornam-se mais vivos. A experiência amorosa pode nos transformar de pessoas quietas em coragemosas e, às vezes, em estranhas a nós mesmas. No entanto, nessa busca desenfreada por mais do que possa nos oferecer a vida, o Amor se encontra escondido nos canto das emoções mais antigas, como o grito da nossa própria alma, o sinal que nos direciona a onde precisamos ir.
Existem tantos estilos e manifestações do Amor. Ele pode surgir de maneira inesperada, uma súbita luz nos olhos do outro, uma música que toca na alma. Ele pode estar nos abraços fortes, nos sorrisos de esperança e nos beijos que duram séculos. O Amor é também o gesto que não podemos expressar palavra, a comunicação não-verbal que comunica muito mais que qualquer fala.
Para muitos, o Amor é a esperança que alimenta o universo, um fluxo inesgotável de criatividade, energia e vitalidade. Ele nos impulsiona a construir, a criarmos e a amoldar as circunstâncias em nosso favor. Sem Amor, o universo se torna frio, vazio e desumano. É então que encontramos a nossa luta pela realização da alma, pelo amor que não conhece limites ou condições.
É incrível como a sociedade se preocupa em estudar, medir e definir o Amor, enquanto alguns, que provavelmente sejam os que melhor sabem, preferem se concentrar naquilo que sentimos e experimentamos. Queremos medir e calcular, definir e descrever o Amor, quando isso que faz todo o sentido é apenas permitir que ele fluja e ocorra. Porque o Amor é imprevisível, uma semente que nos brota ao pé, nos derrubando ou elevando a qualquer momento.
Pergunta-se onde está o Amor, como se isso fosse possível, como se a realidade se encontrasse fora da esfera emocional e pessoal. Nós não temos necessidade de perguntar isso. O Amor está em todo lugar, invisível, indistinto e espiritual. Está em nossas almas, nos nossos olhos e nas nossas mãos.
Nossa cultura tem nos levado a desconsiderar a linguagem e a espiritualidade da alma. E isso nos tem tornado menos ativos e mais fracos no processo de comunicação. Sem a capacidade de ouvir a linguagem da alma, a pergunta onde está o Amor? começa a soar cada vez mais estranha, porque ela já é resposta, mas está além das nossas compreensões.
Em seu lugar, muitos nos damos ao prazer de seguir os impulsos, os impulsos do amor e da liberdade, seguindo as sensações mais intensas que nos impulsionam a construir e a criar. Sem medo, sem pressão, sem cálculo ou sem controle, o Amor surge espontaneamente e se revela como uma vibração harmoniosa, como uma coruja que se inclina para nossos corações.
Portanto, ao fazer essa pergunta onde está o Amor, é preciso ter consciência de que ele não se encontra mais fora, e sim dentro. O Amor está no fio de lã que une o ser e a existência. Ele está nos beijos, nos olhares e nos sorrisos. Está nas satisfações simples e nas frustrações cruéis. O Amor é o ar que respiramos e o silêncio que nos abraçam.
Assim, vamos nos encontrar e, talvez, o Amor se faça presente de novo, mas dessa vez sem nos lembrarmos que o questionamos, pois será uma resposta palpável e palpável. Então, sim, o Amor estará presente em todas as nossas experiências e, consequentemente, estará sempre nos fazendo voar em alturas indomáveis, nas profundezas insondáveis e nas vastidões sem limites.
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