Pão da vida em sua mesa

Domingo é dia sagrado para ouvir a Palavra de Deus. Ao negligenciar a Palavra revelada em nossas vidas, nos ocupamos com pensamentos contrários à lógica revelada pelo Senhor e, criamos uma confusão na vida eclesial e social.

A Palavra de Deus nos conduz para a justiça e nos identifica como povo organizado e temente a Deus. Aprendemos a lição do respeito, assumimos a cultura da vida, vivenciamos a fraternidade solidária.

O Velho Testamento, inúmeras vezes, destaca a importância da obediência a Deus para superar o orgulho e a prepotência que despreza as pessoas humildes e pobres.

Ao celebrar o Dia Mundial dos Pobres, o Papa Francisco sonha com uma humanidade solidária e justa para que nenhuma mesa fique sem o pão que mata a fome corporal, o pão da fraternidade e o pão da comunhão que geram o humanismo fraterno. A justiça se torna sinônimo de pão em nossas mesas. As novas gerações são alimentadas pela educação que integra, educa e equilibra a personalidade com comunhão e com inclusão.

O profeta Malaquias estimula a vivermos com sabedoria e integração com a vontade do Senhor: “Para vós, que temeis o meu nome, nascerá o Sol da justiça, trazendo salvação em suas asas” (Ml 3,20). A sensibilidade do nosso Sumo Pontífice, traz à tona em nossas consciências, o respeito e a missão de acolher as pessoas mais necessitadas. Apelo evangélico para criar inclusão social, oferecer oportunidades, equilibrar a justa distribuição dos bens materiais, incluir na mesa da justiça todas as pessoas, sobretudo as mais pobres e vulneráveis. É o caminho que nos leva a experimentar, já na Terra, o Sol da justiça revelado extensivamente por Jesus Cristo no anúncio da Boa Nova.

São Paulo adverte sobre o trabalho honesto e digno para sustentar e criar uma comunidade autêntica e responsável: “Em nome do Senhor Jesus Cristo, ordenamos e exortamos a estas pessoas que, trabalhando, comam na tranquilidade o seu próprio pão” (2Ts 3,12). O esforço pessoal, a soma da responsabilidade, autenticidade, dedicação honesta no trabalho atrai o justo sustento e o equilíbrio nas relações fraternas, criando uma comunidade madura e autêntica. Quem negar e, se omitir a essa ação se alimenta da sua própria condenação, fomentando a miséria entre nós.

É necessário dar oportunidade para que os pobres estejam incluídos nos programas de superação da miséria. A Igreja, como sinal do amor de Deus, tem a missão de contribuir para erradicar a miséria e criar a cultura do respeito e da dignidade humana.

O Evangelho de São Lucas traz à tona os ensinamentos do Mestre de Nazaré, a importância da fé dos verdadeiros cristãos. Muitos surgirão pregando a destruição dos valores da fé e da esperança. Cristo encoraja seus discípulos a permanecerem firmes na fé. Ele estará do lado dos que creem e superarão todas as tristezas causadas pela ganância e prepotência: “É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida” (Lc 21,19).

A Eucaristia nos alimenta e abastece nossa alma, e nosso coração para as boas obras. Celebrar a memória da vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo é criar um mundo de boas relações que recupera a humanidade perturbada pelo ódio, mentira e exclusão.

Celebramos nestes dias o 18º Congresso Eucarístico Nacional em Recife, com o tema: “Pão em todas as mesas!” Pela graça do Batismo, todos somos convocados a sermos missionários da verdade.

Renovemos nossa fé e aumentemos nossa esperança para que nas mesas de todos os brasileiros, não falte o pão nosso de cada dia e o Sol da justiça que nos coloca em ação para construir um mundo melhor, mais justo e fraterno.

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