Líder da igreja Bola de Neve, acusado de agredir esposa, tem prazo para entregar armas à Justiça

Líder da Bola de Neve terá que entregar armas que tenha em seu poder

O pastor Rinaldo Pereira, acusado de vários tipos de agressão contra a esposa, foi afastado da liderança da igreja Bola de Neve Foto: Instagram

O líder da igreja evangélica Bola de Neve, Rinaldo Pereira, também conhecido como apóstolo Rina, tem 48 horas para entregar à Justiça todas as armas que estão em sua posse. A determinação é da Justiça de São Paulo emitida na quarta-feira, 10. O prazo para ele entregar armas começa a correr a partir da notificação.

Na decisão do desembargador Hugo Maranzano não foi divulgado quantas armas o pastor evangélico tem e nem o potencial de cada uma delas. Ele é acusado de vários tipos de agressão contra a esposa, a também pastora e cantora gospel Denise Seixas.

Em junho deste ano, Denise conseguiu uma medida protetiva contra o marido depois de relatar supostos casos de lesão corporal, violência psicológica, ameaça, injúria e difamação. O líder da Bola de Neve não pode chegar a menos de 300 metros do local em que a cantora estiver e está proibido de manter qualquer tipo de contato com a vítima, mesmo que por intermédio de terceiros.

A igreja, que tem 560 templos em 34 países, publicou uma nota no no mês passado informando o afastamento de Rinaldo de suas funções como líder religioso.

A assessoria de imprensa do pastor Rinaldo Seixas negou “qualquer prática de violência e confia na apuração isenta e técnica de todos os fatos pela Polícia Civil e Ministério Público”.

Agressões durante todo o relacionamento, diz vítima

 

Em depoimento à Polícia Civil, Denise Seixas disse que sofreu diversos tipos de agressão durante todo o relacionamento com o apóstolo, de xingamentos a violência física.

Em abril de 2023, o filho da pastora divulgou um vídeo em que Rinaldo aparece dizendo que a mulher está “completamento enlouquecida”. Denise conta que, a partir disso, o líder religioso teria ficado enfurecido, e ela passou a sofrer violência psicológica.

Ela relata que, em um dos episódios violência, tomou um soco no nariz, mas não denunciou em razão de sua influência.

Ela disse, ainda, que nos últimos meses de relacionamento, foi obrigada a gravar vídeos desmentindo que Rinaldo seria um agressor, a fim de proteger sua imagem e reputação.

Como o vídeo “não deu certo, uma vez que as pessoas perceberam que ela estava lendo”, ela conta que o pastor arremessou uma cadeira em sua direção, mas não acertou porque ela teria desviado.

A pastora e cantora gospel Denise Seixas conseguiu uma medida protetiva contra o marido Foto: Divulgação

Denise relata que, em um episódio de violência, o pastor disse que a esposa não poderia “ficar longe do leito”, já que ele estaria sem relação sexual havia um mês.

Em outra suposta ocorrência, Rinaldo pediu para conversar com Denise e disse que aquele seria o “último dia”, ou seja, o prazo que ela teria para voltar a ter relação sexual com o marido.

Denise ainda diz que, nos últimos dois meses, perdeu o acesso às redes sociais e teme que alguém faça algo contra sua reputação.

Ela também afirmou que não tem acesso às suas finanças, tendo que recorrer a uma pessoa indicada por Rinaldo sempre que precisa de dinheiro.

Veja também

Sair da versão mobile