Se dizendo vítima de perseguição injusta, Beto Richa volta à política

Depois de três anos de isolamento e silêncio, o ex-governador corre o trecho exercitando o que melhor sabe fazer: convencer pessoas e angariar votos

Edicao 45

O ex-governador Beto Richa está buscando antigos aliados no interior do Paraná para voltar a disputar eleição

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Se dizendo vítima de armações e perseguições e argumentando que “nada ficou provado” contra ele, o ex-governador do Paraná Beto Richa está de novo na estrada e, embora diga que “não tem nada decidido”, está buscando apoio para voltar a cargos eletivos. Argumentando que não faz campanha antecipada, já se sabe que sua meta é se eleger deputado federal pelo PSDB, que nunca o expulsou e onde continua com forte liderança.

O ex-governador esteve em Maringá quinta-feira, 4, foi pessoalmente a estúdios de rádios dar longas entrevistas, recebeu jornalistas no hotel em que se hospedou e se reuniu com lideranças políticas da região, alguns políticos com cargos, outros que participaram de seus governos e também simpatizantes.
Com o traquejo de quem já venceu duas eleições para deputado estadual, duas para prefeito de Curitiba e duas para o governo do Paraná, o ex-governador sai à cata de voto enquanto afirma que seus problemas com a Justiça, que já lhe renderam três prisões, não passam de armações. Enquanto mobiliza forças suprapartidárias, Beto Richa dá explicações para os problemas que teve com a Justiça, vindos à tona três semanas antes das eleições de 2018, quando liderava com folga a disputa por uma cadeira no Senado Federal.

“Não foi um processo jurídico. Foi um processo político eleitoral e nada justifica o que fizeram comigo a 20 dias da eleição. Além da covardia, além da perseguição brutal, cada dia mais evidente, ficou claro que o problema é o poder absoluto daqueles que não têm preparo para exercê-lo e exorbitam suas
funções. Pessoas despreparadas, desqualificadas, em busca de poder, de fama, notoriedade, que as vezes ainda rendem palestras remuneradas”, disse.

Embora sem citar nomes e alegando que não é vingativo e nem guarda ódio, Beto Richa se referia ao então juiz Sérgio Moro e aos promotores da força tarefa
da Lava Jato.

O ex-governador diz que ficou três anos e recolhido e em silêncio, mas que chegou a hora de ir para as ruas e conversar com o povo. Ele chegou a ser preso três vezes, mas diz que o que o magoa foi o fato de sua casa ser invadida pela polícia, com metralhadoras e fuzis, terem “seqüestrado” sua mulher, Fernanda Richa, e a casa de sua mãe, uma senhora de 81 anos.

Richa foi investigado pela Lava Jato por suposta fraude na licitação da rodovia PR-323, por denúncias de corrupção no uso de maquinários das patrulhas rurais e por suposto desvio de verbas na construção de escolas públicas.

A primeira prisão aconteceu em 11 de setembro de 2018, poucos dias antes da votação em que ele pretendia obter uma cadeira no Senado e não deixava dúvidas de que seria eleito com facilidade. Porém, acabou sendo abandonado pelos eleitores e terminou a eleição em sexto lugar.

 

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