A pior seca em 91 anos, de acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), agravou a situação dos reservatórios que estão concentrados na bacia do Rio Paraná, nos Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e São Paulo, contribuindo para escassez hídrica e consequentemente ameaçando o fornecimento de energia no Brasil.
O Estado que mais sofre com a falta de chuva é São Paulo, que também é o mais populoso. O Sistema Cantareira, formado por cinco reservatórios: Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Paiva Castro é administrado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), com a capacidade total de 973,9 milhões de metros cúbicos, no entanto atualmente está com 36,8% da capacidade, ou seja, somente 361,3 bilhões de litros de água. Os demais reservatórios que atendem a região Sudeste estão com 43,4% da capacidade total, sendo alguns deles: Sistema do Alto Tietê, represa Guarapiranga e Rio Grande.
No dia 1º de setembro a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Ministério de Minas e Energia anunciaram o aumento na tarifa média de energia que subiu cerca de 6,78% em todo o Brasil com a cobrança da bandeira ‘Escassez Hídrica’, e o consumidor pagará R$ 14,20 a cada 100 quilowatt-hora consumidos, medida que permanecerá em vigor até 30 de abril de 2022. Para a Aneel, o Sistema Elétrico brasileiro é interligado e mesmo que em algumas regiões a condição hidrológica seja mais severa que em outras, a falta de chuvas afeta o custo de geração de energia em todo o país.
Bacia do Rio Paraná
Existem atualmente 57 reservatórios localizados na bacia do Rio Paraná, que abrange os Estados de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Distrito Federal. É a maior bacia hidrográfica do Brasil com grande potencial hidrelétrico. Nela estão instaladas a Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira, Usina Hidrelétrica de Itaipu, Usina Hidrelétrica de Marimbondo, entre outras. Os principais afluentes são os rios Grande, Paranaíba, Tietê, Paranapanema e Iguaçu.
O Rio Paraná é rota importante para o transporte de grãos. Com a estiagem há consequências para a economia da região e meio ambiente, pois o transporte fluvial é utilizado para exportação agrícola e industrial.
Paraná
No mês de agosto o Governo do Paraná estendeu a situação de emergência hídrica para todas as cidades paranaenses, medida que antes era válida somente para a região metropolitana de Curitiba (RMC) e Sudoeste. O decreto 8.299/2021 permite que as empresas de saneamento adotem medidas para garantir o abastecimento público, como os rodízios de água. De acordo Agência Nacional de Águas (ANA), essas precauções foram tomadas mediante a observação da situação de escassez quantitativa dos recursos hídricos na região hidrográfica do Paraná, com previsão para que continue até o mês de novembro de 2021.
Segundo a Sanepar, 13 cidades paranaenses estão em alerta pela seca: Santo Antônio da Platina, Ibaiti, Quatiguá, Siqueira Campos, Carlópolis, Jacarezinho, Goioerê, Iretama, Medianeira, Catanduvas, Três Barras do Paraná e Santa Tereza do Oeste. E cerca de 18 municípios estão fazendo racionamento de água, sendo eles: Curitiba, Jandaia do Sul, Jardim Alegre, Pranchita, Santo Antônio do Sudoeste, Campina Grande do Sul, Almirante Tamandaré, Colombo, Quatro Barras, Pinhais, Piraquara, São José dos Pinhais, Mandirituba, Araucária, Campo Largo, Campo Magro, Itaperuçu e Rio Branco do Sul.
A Autarquia Serviço de Água e Esgoto de Marialva (SAEMA) também decretou em agosto, situação de Emergência Hídrica pelo prazo de 90 dias, instituindo o racionamento de água para a população.
O Maringá entrou em contato com a Assessoria de Imprensa da Sanepar, que informou: “Maringá não corre risco de desabastecimento de água, pois a cidade é atendida pelo Rio Pirapó”, disse. E completou falando da forte chuva que caiu na região de Maringá na quarta-feira (8) que contribuiu para que o nível do rio suba ainda mais, permitindo o abastecimento do município.
Apagão em 2001
A falta de chuvas e o baixo nível dos reservatórios provocaram blecautes no país, com desligamentos programados, mobilizando toda a população a fazer economia de energia. Na época, o então presidente Fernando Henrique Cardoso teve que anunciar essa medida para que não houvesse o rompimento geral, pois comprometeria também os serviços essenciais, como por exemplo os realizados em hospitais. O apagão ocorreu no período de 1º de julho a 19 de fevereiro de 2002.
Evite o desperdício, economize água
A meta da Sanepar é reduzir o consumo em 20% para a água não acabar.
Fechar a torneira na hora de escovar os dentes; cronometrar o tempo do banho; reaproveitar a água da máquina de lavar ou da chuva para limpar as calçadas; corrigir vazamentos; são algumas atitudes que você pode tomar para racionar água e ajudar o meio ambiente, pois ela é um recurso essencial para a vida de todos.
Para maiores informações sobre o uso consciente de energia elétrica acesse o link https://www.consumoconscienteja.com.br/#Consumoconsciente e conheça algumas ideias de como economizar.