Talibã assume novamente o controle do Afeganistão

No domingo (15), a milícia islamista conhecida como Talibã, tomou rapidamente a capital Cabul, no Afeganistão, após a fuga do presidente Ashraf Ghani para o Tajiquistão, abandonando o palácio presidencial.

Cenas de pânico foram vivenciadas pelos afegãos quando invadiram a pista do aeroporto de Cabul na segunda-feira (16), na tentativa de escapar do país para não serem presos pelo Talibã. Cinco pessoas morreram nesta invasão tentando embarcar em um avião.

Os extremistas viram uma oportunidade de retomada assim que as tropas americanas começaram a ser retiradas do Afeganistão, a partir de maio deste ano, após quase 20 anos de guerra, e as bases militares foram devolvidas ao governo afegão.

A retirada do exército americano foi uma decisão do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que havia prometido retirar os militares por completo até o dia 11 de setembro de 2021, data em que ocorreu o atentado às Torres Gêmeas do World Trade Center e Pentágono. Além dos Estados Unidos, o Reino Unido e outras nações que formavam a aliança militar no Afeganistão também retiraram suas tropas.

Talibãs afirmaram à BBC que irão reimpor a versão da sharia, lei islâmica, que inclui apedrejamento por adultério, amputação de membros por roubo e proibição de meninas com mais de 12 anos de ir à escola. No entanto um porta-voz do grupo prometeu que os militantes respeitarão os direitos das mulheres e da imprensa. Elas poderão sair de casa sozinhas e continuarão a ter acesso à educação e ao trabalho.

O Pentágono disponibilizara moradia temporária para até 22 mil afegãos que se inscreverem para vistos especiais de imigração, que poderão ser solicitados para tradutores e outros que ajudaram o governo dos Estados Unidos no Afeganistão.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu uma nota oficial informando não haver registro de cidadãos brasileiros residindo ou em trânsito no Afeganistão. De acordo com a nota, o governo brasileiro expressa uma “profunda preocupação com a deterioração da situação no Afeganistão e as graves violações dos direitos humanos”, afirmou. E cobrou uma rápida ação da Organização das Nações Unidas (ONU) para estabelecer canais de diálogo e assegurar a paz na região.

Sair da versão mobile