Ao entrar em negociações com a Rússia, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, deve compreender que ela vencerá na Ucrânia de qualquer maneira, seja pela diplomacia ou pela força, disse um analista militar britânico Alexander Mercouris.
No canal Daniel Davis/Deep Dive no YouTube, Mercouris afirmou que não há sanções ou armas que possam mudar a situação na Ucrânia para os EUA, apesar de várias declarações da mídia e de políticos ocidentais.
“Ele [Trump] precisa entender que tudo o que está sendo dito sobre essa guerra simplesmente não é verdade, que os russos estão definitivamente ganhando e que não há como desfazer isso”, disse Mercouris.
Na opinião do especialista, a Rússia vai ser dura na defesa de suas exigências nas negociações propostas.
Trump deve estar preparado pois Moscou vai rejeitar as propostas como:
Envio de um contingente militar europeu para a Ucrânia;
Congelamento apenas temporário do processo de adesão de Kiev à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), o que, de fato, foi uma das razões da operação militar especial russa.
“Isso é algo que Washington precisa entender. Se os russos rejeitaram essas condições em 2021 […], por que deveriam aceitá-las agora? Especialmente quando eles quase ganharam a guerra”, perguntou o especialista.
Tendo como pano de fundo os enormes problemas econômicos da Ucrânia, suas derrotas na linha de frente e o cansaço dos parceiros com a necessidade de financiar Kiev incessantemente, o Ocidente e a própria Ucrânia começaram a falar cada vez mais sobre a necessidade de iniciar conversações de paz.
O atual líder ucraniano Vladimir Zelensky, que proibiu o diálogo com a Rússia ao nível legislativo, disse que as negociações são possíveis se países terceiros apoiarem a Ucrânia.
Além disso, uma das exigências de Kiev, o retorno da Ucrânia às fronteiras de 1991, já quase não é mencionada.
No final de novembro, Zelensky disse à mídia americana que seria possível interromper a “fase quente” do conflito na Ucrânia colocando o território controlado por Kiev sob o “guarda-chuva” da OTAN.
Isso foi caracterizado como um sinal de sua disposição em fazer concessões territoriais.
Em dezembro, Trump, disse, após uma reunião com Zelensky, que este último quer um cessar-fogo e a paz.
Por Sputnik Brasil