Apesar do progresso na prevenção e tratamento do HIV/Aids, a Assembleia Geral da ONU destacou que a epidemia continua sendo uma preocupação global. Nesta segunda-feira, o órgão dedicou uma sessão para debater a questão.
O presidente da Assembleia Geral, Csaba Korosi, disse que a prevenção, preparação e resposta a pandemias, seja no combate à Aids ou ao Covid-19, é um ponto fundamental da Agenda 2030.
Aids e desigualdade
Segundo ele, o progresso “é excepcional, mas também desigual”. Korosi lamentou por todas as vidas que foram afetadas ou alteradas pela doença e lembrou que avançar com o combate do vírus faz parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
O presidente da Assembleia Geral afirma, no entanto, que há motivos para otimismo. Ele ressalta que um diagnóstico, que antes era uma “sentença de morte”, foi transformado em uma condição crônica de saúde gerenciável.
Nas últimas duas décadas, o tratamento antirretroviral e a profilaxia pré-exposição reduziram as infecções pela metade e as mortes em 70%.
Plano de ação
Segundo Korosi, as melhorias mais significativas acontecem em países que optam por investir em suas respostas ao HIV e Aids.
Em seu discurso, ele apresentou quatro áreas para melhorar o progresso no combate à doença. Para o presidente da Assembleia Geral, lacunas nos serviços de prevenção, testagem e tratamento do HIV devem ser corrigidas, particularmente para grupos vulneráveis.
Korosi também recomenda o financiamento adequado e equitativo e a implementação de programas baseados em evidências. Por fim, ele acredita que há oportunidades de ampliar a sinergia entre a resposta à Aids, metas de saúde mais amplas e toda a Agenda 2030.
Dados
O subsecretário-geral de Políticas da ONU, Guy Ryder, apresentou dados que apontam que cerca de 29 milhões de pessoas em todo o mundo estão recebendo tratamento.
Segundo ele, o acesso a terapias e medicamentos evitou cerca de 16,5 milhões de mortes relacionadas à Aids entre 2001 e 2020.
Ryder disse que, em 2021, houve 1,5 milhão de novas infecções pelo HIV.
O número é um terço a menos do que em 2010.
Para o subsecretário-geral, embora seja uma “conquista notável em apenas 10 anos” mais deve ser feito, já que a Aids continua sendo uma crise global, que causa uma morte a cada minuto.
Fonte: Organização das Nações Unidas