A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, fez um apelo urgente pela segurança dos sudaneses e livre circulação da ajuda humanitária no país. A nação africana registra mais de um milhão de deslocados internos e nos países vizinhos.
Mais de um mês após o início dos combates entre o Exército sudanês e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido, RSF, as pessoas estão fugindo especialmente de Cartum, Darfur e outras zonas de perigo.
Violação de acordo humanitário
Em entrevista a uma agência de notícias, nesta quinta-feira, o coordenador de Assistência Humanitária das Nações Unidas, Martin Griffiths, disse que as partes em guerra no Sudão não estão cumprindo seu compromisso de permitir o acesso humanitário à população civil.
Griffiths mencionou “violações” do acordo humanitário, assinado por ambas as partes, e disse que até agora não há uma prestação de contas adequada.
De acordo com a Comissão Sudanesa para Refugiados, COR, cerca de 88 mil deslocados foram em busca de segurança em Nilo Branco, Gedaref, Kassala Madani e Porto Sudão.
Nesses locais, o Acnur está fornecendo assistência na forma de abrigos, utensílios domésticos, água potável e instalações sanitárias. São oferecidas também assistência médica e educação para refugiados e outras pessoas deslocadas.
Necessidades imediatas
No Nilo Branco, mais de 75 mil refugiados sul-sudaneses chegaram de Cartum. O Acnur está cooperando com o Programa Mundial de Alimentos, PMA, para atender as necessidades imediatas dos recém-chegados.
Eritreus, etíopes e outros refugiados que chegam ao Sudão Oriental também estão sendo registrados e transferidos para campos e abrigos.
De acordo com a Organização Internacional para as Migrações, OIM, no total, mais de 843 mil pessoas foram deslocadas internamente no Sudão. Além disso, os governos de países vizinhos e o Acnur registraram quase 250 mil sudaneses atravessando fronteiras.
O Egito é no momento o país que mais recebeu refugiados do Sudão. Segundo o Acnur e parceiros, o número está aumentando rapidamente, com mais de 5 mil chegadas por dia. Quase 110 mil sudaneses já entraram no país.
Fonte: Organização das Nações Unidas