Cultivo de tabaco reforça nível recorde de insegurança alimentar, diz OMS.

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Mais de 3,2 milhões de hectares de terra em 124 países estão sendo usados ​​para cultivar tabaco, mesmo em países onde as pessoas passam fome.

O alerta é da Organização Mundial da Saúde, OMS, em alusão ao Dia Mundial Sem Tabaco, marcado em 31 de maio. O relatório “Cultive Alimentos, Não Tabaco”, foi divulgado nesta sexta-feira, em Genebra.

Unsplash/Mathew MacQuarrie

A OMS diz que os gastos globais com saúde e a perda de produtividade devido ao tabaco equivalem a US$ 1,4 trilhão anualmente

Brasil e Moçambique entre os 10 maiores produtores

A agência da ONU pediu aos governos que invistam mais no cultivo de alimentos e menos na produção de fumo, um produto nocivo à saúde. Atualmente, um número recorde de 349 milhões de pessoas em todo o mundo enfrentam insegurança alimentar aguda.

Dos países de língua portuguesa na lista, Brasil e Moçambique se encontram entre os 10 maiores produtores de tabaco do mundo. Nas Américas, o Brasil lidera em quantidade de área de plantio, com 357.230 hectares.

O valor é superior à soma de todos os outros nove maiores produtores da região, uma lista que inclui Estados Unidos, Argentina e Cuba.

Já Moçambique é o terceiro maior produtor da África, com 91.469 hectares. Os dados da OMS indicam que de 2005 a 2020, a área de cultivo do tabaco aumentou em 19,8% no continente africano.

De acordo com o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, “o tabaco é responsável por 8 milhões de mortes por ano, mas os governos gastam milhões” apoiando as plantações do produto.

“Cultive Alimentos, Não Tabaco”

Para ele, escolher cultivar alimentos em vez de tabaco é essencial para preservar os ecossistemas e “fortalecer a segurança alimentar para todos.”

O cultivo ainda agrava os desafios de segurança alimentar por ocupar terras férteis. A expansão da lavoura impulsiona o desmatamento, a contaminação dos mananciais e a degradação do solo.

O relatório da OMS destaca os males da plantação de fumo e os benefícios da transição para culturas alimentares mais sustentáveis.

O estudo mostra ​​como agricultores, comunidades, economias e o meio ambiente podem ser beneficiados.

Uma mulher colhe tabaco em Kasungu, Malawi

Lobby, contaminação e trabalho infantil

O relatório também expõe a indústria do tabaco por manter os agricultores em um ciclo vicioso de dívidas, propagar o cultivo do tabaco exagerando seus benefícios econômicos e pela prática de lobby.  

Estima-se que mais de um milhão de crianças trabalhem em fazendas de tabaco.

Os agricultores são expostos a uma série de doenças riscos, incluindo a doença do da folha verde do tabaco, uma forma de envenenamento causado pela nicotina absorvida pela pele. Além disso, esses trabalhadores sofrem da exposição ao uso pesado de pesticidas e à poeira do tabaco.

Fonte: Organização das Nações Unidas

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