Antes da criação do Estado de Israel, em 1948, cerca de 700 mil palestinos se tornaram refugiados quase da noite para o dia. O deslocamento em massa foi chamado pelos palestinos de “Nakba”, que significa catástrofe na língua árabe.
Em mensagem na ONU, a subsecretária de Política e Consolidação da Paz, Rosemary Dicarlo, afirmou que o fato tem uma importância para todos os palestinos ao redor do mundo.
Solução duradoura
Numa reunião de alto nível sobre o aniversário, em Nova Iorque, ela disse que o legado dessa saída em massa segue inspirando esforços para uma solução duradoura para o conflito israelense-palestino.
Um comboio de caminhões transporta refugiados e seus pertences de Gaza para Hebron, na Cisjordânia.
No ano passado, a Assembleia Geral da ONU adotou uma resolução para marcar a data.
As tentativas de criar dois Estados: um israelense e outro palestino vivendo lado a lado pacificamente ocorrem há décadas em meio a episódios de tensão, violência e de vários processos de negociação de paz.
Ao tocar no assunto, DiCarlo demonstrou preocupação profunda com a atual situação de expansão de assentamentos israelenses nos Territórios Palestinos, assim como incidentes de violência e o que ela chamou de violação por Israel dos direitos dos palestinos.
Posição da ONU é clara
A subsecretária-geral afirmou que os palestinos merecem uma vida de justiça e dignidade e o direito que têm à independência e autodeterminação.
Para ela, a posição da ONU é clara: a ocupação deve acabar.
Para os palestinos, o ano de 1948 também causou um desalojamento de famílias inteiras que saíram de suas casas para fora do que hoje é o novo Estado de Israel.
Logo depois, a ONU criou a Agência de Assistência a Refugiados Palestinos, Unrwa. A entidade informa que hoje 5,9 milhões de pessoas são registradas como refugiadas.
O aniversário de 75 anos do deslocamento dos palestinos também mostra o que é a mais antiga crise de refugiados do mundo.
Dentre os oradores da reunião na ONU estiveram o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

A cantora palestina Sanaa Moussa, embaixadora da herança palestina.
Concerto e orquestra
Para ele, a lembra da catástrofe ou Nakba permanecerá e será uma “motivação dos palestinos para lutarem pelo direito palestino e pela paz, e pelo fim da ocupação.”
Na noite de segunda-feira, um evento com um concerto musical e exibição de filmes reuniu convidados na sede da ONU com apresentação da cantora palestina Sanaa Moussa e da Orquestra Árabe New York entre outros artistas.
Fonte: Organização das Nações Unidas