O declínio no volume das importações de alimentos está preocupando a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO. Em seu relatório bianual, a Divisão de Comércio e Mercados da agência alerta para uma queda no poder de compra.
A preocupação aumentou com a baixa nos preços internacionais para um número de itens de alimentação básicos, o que ainda não se materializou nas prateleiras do varejo doméstico.
Economias avançadas
No relatório “Panorama da Alimentação”. A FAO estima que a conta global dos alimentos subirá para US$ 1,98 trilhão este ano. O montante representa 1,5% se comparado a 2022. A alta foi de 11% em 2022 e de 18% em 2021.
À medida que as importações de alimentos das economias avançadas aumentam, a conta de importação para o grupo dos Países Menos Desenvolvidos deve cair 1,5% este ano. Já os Países em Desenvolvimento Importadores Líquidos de Alimentos, Nifdcs na sigla em inglês, devem ter uma redução de 4,9%.
O relatório da FAO indica um provável aumento na produção dos alimentos básicos. E enquanto a desvalorização do dólar durante a crise global de alimentos em 2007 e 2008 ajudou aos exportadores de alimentos, o efeito reverso tem sido visto nos últimos anos. O preço global do milho, por exemplo, caiu 10,2% entre abril e setembro do ano passado, mas nos países importadores líquidos, a queda ficou em 4,8% em média.
Intervenções bem pensadas
Para o economista sênior da FAO, El Mamoun Amrouk, esse fato ressalta a importância de intervenções bem pensadas para combater a inflação.
Ele lembra que o aumento de preços pode levar a revoltas e protestos e aumentar os desafios financeiros, minando esforços para lutar contra a pobreza e a insegurança alimentar eliminando conquistas adquiridas até agora.
Fonte: Organização das Nações Unidas