O Conselho Econômico e Social da ONU, Ecosoc, realizou uma reunião especial para chamar a atenção para uma emergência no Haiti, onde metade do povo está enfrentado insegurança alimentar aguda.
Representantes de Estados-membros, de agências da ONU e da sociedade civil participaram da sessão. Ao todo, 76% não têm alimentos suficientes para o dia.
Restaurar a segurança e a estabilidade política
A presidente do Conselho Econômico e Social, Lachezara Stoeva, disse que a crise exige uma resposta humanitária coordenada e bem financiada como parte de uma estratégia mais ampla para restaurar a segurança e a estabilidade política.
Ela pediu urgência em atender 3,2 milhões de haitianos que estão em situação desesperadora.
Ao convocar os países da ONU e parceiros pelo mundo, Lachezara Stoeva lembrou que o apelo para apoiar os haitianos chega a US$ 719 milhões, este ano. O total é o maior solicitado desde o terremoto de 2010 e mais que o dobro do valor pedido em 2022.
Mas até agora, apenas 22,6% do apelo foi entregue em meio à crise econômica, aos desastres naturais e ao declínio na produção agrícola, agravados pelo aumento da violência de gangues e bandidos no Haiti.
Lições dos esforços anteriores
Embora a prioridade seja a ajuda de emergência com alimentos há também diligências em favor da melhora de sistemas alimentares sustentáveis.
A líder do Ecosoc, recomenda que lições da ação internacional realizada no passado no Haiti inspirem o envolvimento da sociedade e do povo na construção de sistemas alimentares resilientes.
Para realizar encontros com partes interessadas e avaliar a resposta humanitária seguem para o país as diretoras do Fundo da ONU para a Infância, Unicef, Catherine Russell, e do Programa Mundial de Alimentos, PMA, Cindy McCain.
Na reunião na ONU, Catherine Russell disse haver quase 3 milhões de crianças haitianas passando fome, mas somente metade estão recebendo auxílio por causa da insegurança e da falta de financiamento humanitário.
Fases recorrentes de emergência aguda
Pelo menos 2 milhões de pessoas, incluindo 1,6 milhões de crianças e mulheres, vivem em áreas controladas por grupos armados e vivem sob ameaças de violência com casos de morte a caminho da escola.
Russel falou do potencial de um eventual terremoto, furacão ou problema de saúde pública de emergência empurrar os afetados para o limite.
Cindy McCain pediu ação imediata para o que chamou de crise esquecida. O foco deve estar não somente no envio de comida e transferências de dinheiro para milhões de pessoas que precisam
Insegurança alimentar aguda afeta quase metade dos haitianos
A chefe do PMA pediu atenção para os níveis recordes de fome, ao lembrar que 4,9 milhões de pessoas, ou quase metade da população estão sofrendo de insegurança alimentar aguda.
O total inclui 1,8 milhão de pessoas em grave risco de passar por carência alimentar no Haiti.
Fonte: Organização das Nações Unidas