Após ataques em Odessa, o Escritório da ONU na Ucrânia voltou a declarar que estruturas civis não podem ser alvos de guerra.
A chefe das Nações Unidas no país, Denise Brown, afirmou que desde o início da invasão russa, ataques indiscriminados e o uso de explosivos em áreas residenciais mataram e feriram milhares de civis, incluindo crianças.
Leis humanitárias
Em nota, ela pede pelo fim da violência e reforça que a lei humanitária internacional deve ser respeitada.
Segundo agências de notícias, forças russas dispararam mísseis contra a cidade de Odessa, no sul da Ucrânia, e bombardearam a região leste de Donetsk, resultando em pelo menos seis mortes.
Em Donetsk, os ataques danificaram casas, sistemas de gás e eletricidade. Dezenas de casas teriam sido atingidas apenas nas últimas 24 horas em áreas sob controle ucraniano, segundo as autoridades locais. Autoridades russas também relataram que civis foram mortos e feridos em áreas que controlam.
Reservatório Kakhovka
A situação na região de Kherson após o rompimento de uma barragem também segue afetando a vida dos civis.
De acordo com o Escritório da ONU para Assuntos Humanitários, a falta de água gera preocupação com a saúde das mais de 700 mil pessoas que dependem do reservatório de Kakhovka.
No entanto, não há registros de aumento nos casos de infecção intestinal ou cólera até o momento.
Ajuda humanitária
Também nesta quarta-feira, ONU e parceiros enviaram outros dois comboios para comunidades que enfrentam escassez de água na região de Dnipro e continua levando ajuda a região de Kherson.
As Nações Unidas e organizações humanitárias continuam a negociar o acesso em áreas atualmente sob controle russo, informando as partes do conflito sobre planos para prestar assistência nos locais afetados na margem esquerda do rio Dnipro
Até agora, mais de 115 mil porções de comida e 900 mil litros de água potável foram entregues. Os trabalhadores humanitários também forneceram dinheiro para mais de 5 mil pessoas.
Usina de Zaporizhzhia
O impacto do desastre também gera impactos no funcionamento da usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa. O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, Rafael Mariano Grossi, deve visitar o local nesta quinta-feira.
Ele se reuniu, na terça-feira, com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Após o encontro, Grossi voltou a destacar os riscos que a instalação está sendo exposta.
Em sua rede social, o chefe da agência atômica da ONU afirmou que apresentou para as autoridades ucranianas um programa de assistência baseado em técnicas nucleares nas áreas de saúde humana e animal, segurança alimentar e água potável, bem como na avaliação da saúde de infraestruturas críticas após a inundação.
Fonte: Organização das Nações Unidas