O Programa Mundial de Alimentos, PMA, iniciou uma operação de auxílio para alcançar milhões de afetados pela crise no Sudão.
A meta era chegar a mais de 12 mil beneficiários na cidade oriental de Omdurman, a mais povoada do país, quando iniciou há três dias. A distribuição contemplava áreas controladas pelo Exército e pelos paramilitares da Força de Reação Rápida, RSF.
Insegurança alimentar
A agência pretende entregar alimentos a pelo menos 500 mil beneficiários na capital, Cartum. Nos próximos meses, o apoio deve chegar a quase 5 milhões de pessoas em emergência e 600 mil crianças e mulheres para prevenção e tratamento da desnutrição.
A estimativa é que até 2,5 milhões de pessoas passem fome nos próximos meses, numa situação que fará disparar o total de afetados pela insegurança alimentar aguda para 19 milhões. A proporção corresponde a 40% da população sudanesa.
O Fundo da ONU para a Infância, Unicef, alertou para os níveis históricos de menores de idade sofrendo por fatores como conflito, caos e negligência.
São 13,6 milhões de crianças precisando urgentemente de assistência, um número que supera a população da Suécia, do Ruanda ou de Portugal.
Crianças
Em seis semanas de combates, mais de 5 milhões de crianças sudanesas passaram a precisar de apoio do que no período anterior ao conflito.
O Unicef chama a atenção para o efeito negativo dos saques em hospitais, bombardeios em escolas e incêndios em fábrica de artigos de nutrição sobre as crianças. Falta ainda acesso do grupo a serviços essenciais como nutrição, água potável e saúde.
A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, projeta que cerca de 1 milhão de pessoas possam deixar o país africano até outubro.
Choques
Desde o início do conflito, acima de 350 mil sudaneses já abandonaram suas casas em busca de abrigo em nações vizinhas, a maioria para o Egito, Chade e Sudão do Sul.
Num relatório separado, agências das Nações Unidas destacam o risco da propagação dos confrontos pelo Sudão e seu impacto nos países vizinhos.
A situação ilustra como choques econômicos cada vez mais profundos continuam levando os países de baixa e média renda a uma crise ainda maior.
Fonte: Organização das Nações Unidas