Programa Mundial de Alimentos pode suspender ajuda a palestinos por falta de fundos

Programa Mundial de Alimentos pode suspender ajuda a palestinos por falta de fundos

Agência da ONU alerta que 200 mil pessoas poderão ficar sem o que comer; preços dos alimentos atingiram recorde em seis anos; OMS lista obstáculos criando desigualdades e barreiras à prestação de cuidados de saúde.

O Programa Mundial de Alimentos, PMA, advertiu que a falta de fundos poderá cortar a ajuda alimentar a 200 mil pessoas em Territórios Palestinos devido à grave escassez de fundos. O total corresponde a 60% das pessoas atendidas na região.

Dois terços dos habitantes da Faixa de Gaza não têm o que comer na próxima refeição

Caso não haja mais financiamento até agosto, a agência da ONU será forçada a suspender completamente as operações na Cisjordânia e em Gaza.

Alta de preços e conflito na Ucrânia

Fatores como alta acentuada dos preços alimentares e instabilidade dificultaram o atendimento das maiores necessidades. A situação lançou 1,84 milhão de palestinos, ou 35% da população, para a insegurança alimentar.

A faixa de Gaza vive a situação mais grave pelas taxas de desemprego situadas em 45,3%. Dois terços dos habitantes não têm o que comer na próxima refeição.

Grande parte das famílias não conseguiu lidar com os aumentos globais dos preços dos alimentos, agravados pelo conflito na Ucrânia. Em 2022, o custo da comida alcançou o nível mais alto em seis anos nos Territórios Palestinos.

Em outra questão humanitária, um estudo das Nações Unidas ressalta grandes obstáculos para que populações locais realizem o direito à saúde.

Encaminhamento médico

Razões como separação, implementação de um regime de permissão, proibições físicas e de movimento e ainda as lacunas de proteção causam desigualdades e “criam barreiras substanciais à prestação de cuidados e acesso à saúde”.

Covid-19 teve efeito no encaminhamento médico, com um declínio de 51% em Gaza

A Organização Mundial da Saúde, OMS, indica as regiões de Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza, como as mais críticas. A agência lançou os estudos Direito à Saúde 2019 a 2021 e Vozes Palestinas 2022 – 2023.

Somente na Faixa de Gaza apenas 55% dos medicamentos essenciais estavam disponíveis na Drogaria Central do Ministério da Saúde entre 2019 e 2021.

A Covid-19 teve efeito no encaminhamento médico, com um declínio de 51% em Gaza e de 8% na Cisjordânia nos primeiros 12 anos do período em análise.

Lacunas do sistema de saúde palestino

O tratamento do câncer continua sendo o maior motivo de encaminhamento para provedores fora do Ministério da Saúde palestino, impulsionado por lacunas nos serviços públicos de saúde.

Para o representante da OMS no território palestino, Richard Peeperkorn, “usufruir do mais alto padrão de saúde possível é um direito fundamental de todo ser humano.”

O representante ressaltou haver lacunas do sistema palestino por causa das “consequências do deslocamento, do refúgio e da longa ocupação”.

A falta de profissionais de saúde, equipamentos, medicamentos e suprimentos afeta as receitas públicas, as despesas com a saúde e, em última análise, os serviços oferecidos pelo setor.

Ele disse ainda que “as restrições de movimento, incluindo a implementação de um regime de permissão por Israel, dificultam o acesso à saúde”.

Fonte: Organização das Nações Unidas

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