Durante a Conferência de Segurança de Munique, realizada neste sábado (15), uma manifestação em massa tomou as ruas da cidade para protestar contra a OTAN, o fornecimento de armas para a Ucrânia e Israel, e o aumento da militarização da Alemanha. Organizada pela Aliança de Ação Contra a Conferência de Segurança da OTAN, a mobilização reuniu milhares de pessoas em críticas contundentes ao papel do Ocidente em conflitos globais.
Críticas à militarização e ao imperialismo
Os manifestantes acusaram os líderes ocidentais de priorizarem interesses próprios em detrimento da paz mundial. Segundo o grupo organizador, a Aliança de Ação, a supremacia global do Ocidente tem como base a divisão imperialista do mundo, o que teria fomentado inúmeros conflitos ao longo das décadas.
“Eles não se importam com a segurança e a coexistência pacífica das pessoas, mas com suas próprias posições de poder e a preservação de seu capital”, declarou a organização em comunicado.
Outro alvo do protesto foi a crescente militarização da Alemanha, que, segundo os manifestantes, contraria os anseios da população por uma política externa mais pacífica.
Posicionamento de mísseis dos EUA e tensões internacionais
A presença de mísseis estadunidenses em solo alemão foi duramente criticada pelos manifestantes. Para eles, essa política agrava as tensões internacionais e compromete a segurança do país.
Um dos coorganizadores da manifestação também questionou a narrativa de que a Rússia não estaria disposta a dialogar. Ele criticou a ausência de representantes do governo russo na conferência, enquanto membros da oposição russa foram convidados, descrevendo isso como um ato de deslegitimação.
“Que tipo de mentira é essa quando dizem que a Rússia não está pronta para negociações? Mas em vez de representantes das autoridades russas, convidam membros da oposição”, afirmou o coorganizador durante seu discurso.
A Conferência de Segurança de Munique
A Conferência de Segurança de Munique é um dos principais fóruns globais sobre segurança internacional, reunindo líderes políticos, militares e especialistas de todo o mundo. Este ano, o encontro tem como foco principal a guerra na Ucrânia, as tensões com a Rússia e a crescente militarização no cenário global.
Entretanto, para os manifestantes, o fórum simboliza um espaço dominado por interesses imperialistas e pela perpetuação de conflitos. O protesto em Munique reflete a insatisfação crescente com a política externa de potências ocidentais, reforçando a pressão por soluções mais pacíficas e menos militarizadas.