Situação humanitária é “dramática” após rompimento de barragem na Ucrânia

Situação humanitária é “dramática” após rompimento de barragem na Ucrânia

A coordenadora humanitária e representante das Nações Unidas na Ucrânia, Denise Brown, realizou uma videoconferência com jornalistas, em Genebra, sobre a resposta da ONU e parceiros após o rompimento da barragem da Hidrelétrica de Kakhovka, na região de Kherson.

Brown falou da cidade de Bilozerka, do lado oeste do rio Dnipro, cerca de 20 km de Kherson e na linha de frente dos atuais combates.

Situação dramática

Segundo a representante, a situação é “dramática”. A cidade está sendo bombardeada diariamente e teve uma ponte destruída.

Denise Brown, coordenadora humanitária na Ucrânia (centro), visita Bilozerka, uma das comunidades mais afetadas pelas inundações causadas pela barragem de Kakhovka.

As estimativas iniciais da ONU apontam que 17 mil pessoas foram atingidas, mas o número pode subir para 40 mil. As inundações atingiram a cidade rapidamente, surpreendendo os moradores.

Segundo a Agência das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, pelo menos 2,2 mil pessoas foram evacuadas. As pessoas precisam de água potável, uma vez que pode haver contaminação após o rompimento da barragem.

Denise Brown disse que um comboio da ONU chegou às áreas afetadas, com água potável, alimentos e equipamentos para consertar as casas danificadas.

Contaminação

Os níveis de água, que atingiram um pico de 5,6 metros em Kherson, na quinta-feira, devem baixar. Mas as inundações devem durar pelo menos uma semana.

A porta-voz do Acnur, Shabia Mantoo, contou que água, saneamento e higiene são questões prioritárias no momento por causa dos riscos à saúde humana.

Os trabalhadores humanitários alertaram para o risco de cólera e diarreia.

Com as minas terrestres descoladas pelo rio, as agências também estão intensificando esforços para ajudar a proteger civis de munições não detonadas.

Na região de Kherson, sob o controle militar da Rússia, pelo menos cinco pessoas morreram e mais de 40 ficaram feridas. As informações são de autoridades russas.

O porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da ONU, Jeremy Laurence, pediu a liberação de entrada para ajudar os civis que sofreram com a catástrofe humanitária causada pela destruição da barragem de Kakhovka.

© UNICEF/Aleksey Filippov

Prédio de apartamentos em Borodianka, na Ucrânia, está em ruínas após um ataque com mísseis.

Reconstrução

Também nesta sexta-feira, a Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa, Unece, anunciou que o governo da Estônia iniciou um programa de capacitação e cooperação para a reconstrução de áreas residenciais em Kharkiv, Mykolaiv e Zhytomyr.

O projeto é apoiado pelo Centro Estoniano de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento e será coordenado pela União Estoniana de Associações Cooperativas de Habitação em Tallinn, capital do país, que abriga o Centro de Excelência Unece em Habitação Sustentável.

A moradia é um dos setores mais afetados pela guerra na Ucrânia, com mais de US$ 50 bilhões em prejuízos registrados desde a invasão da Rússia.

Apenas em Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, mais de 5 mil prédios residenciais foram destruídos e danificados, de acordo com a Câmara Municipal.

Fonte: Organização das Nações Unidas

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