“É uma história tão inusitada que ia parecer mentira se o livro fosse assinado só por mim ou só com o nome do Gastão (de Souza Mesquita)”, diz Jorge Caldeira, sobre De olhos abertos e pés no chão, publicação sobre os 100 anos da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, assinada por ambos que chega às livrarias em 2 de outubro. “Como é possível que uma multinacional de um lorde escocês tenha se tornado uma empresa familiar brasileira, com seu maior investimento virando estatal, sem que essa história tenha sido inventada?”
Imortal da Academia Brasileira de Letras e autor de 16 livros sobre o País, Caldeira foi contatado para escrever um livro corporativo sobre a Companhia Melhoramentos Norte do Paraná (CMNP). Desses que viram brindes a amigos, clientes e funcionários. Impactado pelo que viu, ofereceu a obra à Sextante, que resolveu publicá-la.

Foram nada menos do que cinco anos, entre pesquisas, entrevistas e escrita, sendo que o primeiro, durante a pandemia, aconteceu dentro do Estadão. Mais especificamente, no acervo do jornal. De anúncios a reportagens sobre as visitas dos nobres britânicos ao Brasil, ainda na década de 20, passando por um caderno especial com uma expedição dos primeiros professores da USP à região, organizada pelo diretor Júlio Mesquita Filho, a história da companhia passou nada menos do que 705 vezes pelas páginas do jornal.
Com uma equipe composta por cerca de 15 pesquisadores, o levantamento também envolveu trabalho na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, em livros e teses acadêmicas sobre a CMNP e o Norte do Paraná e 220 jornais ingleses e escoceses. Também no National Archives do Reino Unido, no Bank of London, no Museu Histórico de Londrina, que tinha 35 horas de entrevistas realizadas entre 1972 e 2004 do projeto “História Falada, História Escrita”, entre outros.
Clique e veja a matéria completa
Veja também