Deficiente visual, a servidora pública Ana Cármen Dias, que há 20 anos atua na Agência do Trabalhador de Maringá, foi homenageada duas vezes nos últimos dias. No dia 8, ela foi uma das três servidoras escolhidas na região Sul do País para serem homenageadas durante o evento de celebração dos 50 anos do Sistema Nacional de Emprego (Sine), em Brasília, e nesta terça-feira, 21, recebeu o título de Mérito Comunitário da Câmara de Vereadores pela trajetória de dedicação ao serviço público e à inclusão de pessoas com deficiência.
A homenagem na Câmara foi proposta pelos vereadores Professor Pacífico (Novo), Professora Ana Lúcia (PDT) e Uilian da Farmácia (União Brasil).
Mesmo com as mudanças de prefeitos, a educadora social Ana Cármen se mantém na Agência do Trabalhador há 20 anos como responsável pelo setor de orientação a pessoas portadoras de deficiência na hora de disputar uma vaga de trabalho. O sucesso de sua atuação já foi destacada em várias ocasiões e é responsável por boa parte do êxito da agência maringaense, vinculada à Secretaria de Trabalho, Renda e Agricultura Familiar (Setrab).
Ela desenvolveu um modelo de atendimento personalizado ao público com deficiência. Além disso, promove palestras e ações de sensibilização junto às empresas, contribuindo para ambientes de trabalho mais respeitosos e inclusivos.
Na homenagem prestada pela Câmara, Ana Cármen expressou gratidão e emoção ao ter seu nome aprovado pelos vereadores para a homenagem. “É um momento de muita alegria. Agradeço a Deus, à minha família e aos colegas de trabalho por todo o apoio. Perdi a visão aos 33 anos e nunca pedi pela volta dela, porque havia tantas coisas para pedir. Uma delas era a recolocação no mercado de trabalho”, disse. “Estou aqui hoje em nome de todas as pessoas com deficiência e ressalto a necessidade de políticas públicas para esse público”, afirmou.

Ela destacou ainda a importância de garantir que as pessoas com deficiência tenham acesso a todas as etapas da vida social. “Falamos de inclusão na educação e na saúde, mas também precisamos olhar para o mercado de trabalho. Essas pessoas devem ter oportunidades de construir suas trajetórias com dignidade e autonomia”, completou.
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