Não demora muito e a Praça dos Expedicionários, na Zona 5, mais conhecida como a praça do Café Cremoso, vai passar a ser conhecida como a Praça do Antenor Sanches. E podem ter certeza de que ele não acharia ruim a referência, pois trata-se de uma praça que ele gostava muito, frenquentou-a desde que ela apenas “um redondo” onde pastavam cavalos e cabritos e que unia algumas avenidas. Era a praça do bairro em que ele sempre viveu desde que chegou a Maringá em 1947, mesmo ano em que a Companhia Melhoramentos lançou o Maringá Novo.
Nesta terça-feira, 6, por iniciativa da Secretaria da Cultura, a prefeitura de Maringá inaugurou na praça uma estátua de Antenor Sanches esculpida em bronze pelo escultor retratista Henrique Hülse, do Rio de Janeiro, artista que tem obras em empresas, residências e espaços públicos de vários Estados brasileiros e em outros países. A obra mostra o pioneiro, que faleceu em 2016, sentado em um banco, de paletó e gravata, como era seu costume, e lendo um jornal “Cidade Canção”. Assim, Antenor agora está sentado ao lado do coreto que ele, como vereador, sugeriu para construção na praça.
A referência ao jornal faz sentido, pois ele foi, por muito tempo, editor de um tabloide chamado “Cidade Canção”, em que contava histórias dos primeiros anos de Maringá. Além disto, o epíteto “Cidade Canção” foi adotado por Maringá a partir da sugestão de uma ouvinte do programa que Antenor apresentava no rádio.
Antenor na praça já recebeu a visita do prefeito Ulisses Maia (PSD), do vice-prefeito Edson Scabora (MDB), do historiador Reginaldo Dias, muitos moradores da Zona 5, amigos antigos e da equipe da Secretaria da Cultura, onde ele trabalhou e ajudou a formatar a Gerência de Patrimônio Histórico com o historiador João Laércio Lopes Leal, que também já foi à praça sentar-se no banco com o amigo.
Momentos de grande emoção
O secretário de Cultura de Maringá, Victor Simião, destacou que “todos que o conheciam Antenor Sanches sabem de sua importância e, por isso, inauguramos a obra para que a memória dele nunca seja perdida. O coreto aqui da Praça dos Expedicionários foi uma ideia dele. Nada mais simbólico do que ter essa referência presente na praça”.
Yane Sanches, filha de Antenor, falou da emoção que sente ao ver a estátua do pai na praça. “A homenagem faz o coração se encher de emoção, de gratidão e orgulho por ver ele sendo eternizado nessa Cidade Canção, apelido de autoria dele. Ele sempre dizia ′minha Cidade Canção que embala meu coração′. Então, agora pai, você está aqui, sentado no seu bairro e eternizado na cidade que você tanto amou”, disse.
O coração falou mais alto
Antenor Sanches era catarinense e morava em Caçador quando veio a Maringá em 1947 para conhecer a cidade e acabou ficando. Veio a convite do amigo Vicente Vareschini, que era corretor da Companhia Melhoramentos, mas aqui conheceu a irmã de Vicente, Lucrécia, uma jovem professora da primeira escola de Maringá, se apaixonaram, ele passou a encarar horas e mais horas de ônibus duas vezes por mês entre Caçador e Maringá e se casaram.
Com o casamento, Antenor teve que mudar de vez para Maringá, onde foi funcionário da prefeitura, vereador por sete mandatos, radialista e autor de livros sobre a cidade. Ele foi também um dos fundadores e presidente da Associação dos Pioneiros de Maringá e por anos lutou para preservar a história e o nome daqueles que, como ele, chegaram em plena mata e construíram uma das melhores cidades do Brasil. Segundo ele, os pioneiros foram verdadeiros heróis.
Em 2015, Antenor Sanches foi entrevistado pela jornalista Célia Polisel no “Espaço Pioneiro” na TV Câmara. Vale a pena ouvir o pioneiro recordista de mandatos na Câmara de Maringá.
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