Empresa farmacêutica de Maringá vai produzir medicamento à base de canabidiol no Brasil

A parceria entre a Belcher Farmacêutica e PucMed, do Uruguai, foi firmada durante a ExpoCannabis 2022, em Montevideo

pucmed

A Belcher Farmacêutica, especializada no desenvolvimento, fabricação e distribuição de medicamentos complexos, e a Productora Uruguaya de Cannabis Medicinal (PucMed) assinaram um convênio com foco na produção de fármacos à base de canabidiol no Brasil. A parceria foi firmada no último final de semana, durante a Expocannabis 2022, realizada em Montevideo, Uruguai, com a presença de Sérgio Vázquez, representante do Ministério da Agricultura do Uruguai e membro da junta diretiva do Instituto de Regulação e Controle de Cannabis (IRCCA). O convênio terá validade a partir de 2023.

Fundada em 2011, em Maringá (PR), a Belcher Farmacêutica tem ainda duas sedes na Flórida, nos Estados Unidos, país que é o maior consumidor de medicamentos com canabidiol do mundo. Além disso, a empresa conta com parceiros estratégicos e tecnológicos no Brasil e no exterior, como Israel, Suíça, Itália, China, Índia, Rússia, Canadá, Paraguai, Uruguai e Polônia, entre outros.

Já a PucMed foi fundada em 2019, na Zona Franca de Florida, no Uruguai, e conta com sede internacional em Curitiba (PR). A empresa se consolidou como uma das grandes referências mundiais no cultivo de flores de cannabis e no fornecimento de derivados de biomassa vegetal para fins industriais e científicos. Em solo uruguaio, a produtora conta com uma área com 8 hectares para o cultivo de flores de cannabis, que seguem os mais elevados padrões globais de excelência para uso medicinal. São 11.000 m² de estufas climatizadas, com produção semihidroponia, e 5.000 m² de área aberta para cultivo orgânico desenvolvido somente com produtos autorizados pela União Europeia.

Este consórcio será pautado no desenvolvimento de novos produtos com o objetivo de aumentar a acessibilidade de medicamentos com canabidiol para a população brasileira. Visamos garantir um produto de qualidade e com valores mais acessíveis, já que todo o processo, desde o cultivo até a formulação das receitas, será realizado pelo consórcio PucMed-Belcher no Brasil”, conta o CEO da empresa uruguaia, Dr. Alfonso Cardozo.

Com o convênio, que contou com o intermédio da BW Trading, as empresas passam a trabalhar em parceria para o desenvolvimento do mercado brasileiro, utilizando toda a expertise farmacêutica da Belcher e a excelência na produção de flores de cannabis que transformaram a PucMed em uma referência global. Além disso, os produtos produzidos serão introduzidos no mercado pela startup Anna Medicina Endocannabinoide, que acaba de lançar um marketplace para a aquisição de produtos com canabidiol no Brasil e vai criar os primeiros espaços físicos sobre o tema no país: na Santa Casa de Curitiba, hospital referência no Estado, e no Eco Medical Center, um ecossistema completo de clínicas e serviços médicos.

“Estamos muito orgulhosos com esse consórcio firmado com a PucMed que vai nos permitir iniciar um novo ciclo para melhor atender os pacientes do mercado brasileiro, a partir da elaboração de medicamentos mais acessíveis, devido à solução logística do nosso país vizinho Uruguai, e seguindo os padrões de certificações internacionais e autorizações sanitárias da Anvisa”, diz o CEO da Belcher Farmacêutica, Emanuel Catori.

 

 

Cannabis medicinal no Brasil e no mundo

 

Atualmente, duas resoluções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a 327 e a 660, regulam a importação e a aquisição de produtos com as propriedades do canabidiol no país, respectivamente. Uma das obrigações é a exigência de receita médica, independentemente do tipo de produto: dos óleos aos cosméticos, incluindo pomadas, bandagens e comprimidos.

O cultivo de cannabis para fins medicinais da PucMed é uma referência mundial Foto: Divulgação

Na América Latina, países como Chile, Argentina, Colômbia, México e Equador já flexibilizaram suas normas internas, em diferentes níveis, para incluir o uso medicinal da cannabis. Na Europa, Portugal, Alemanha e Bélgica são alguns dos países que já liberam o uso medicinal da planta em algum nível. Nos Estados Unidos, 35 estados regulamentaram a legalização para fins medicinais.

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