Está acontecendo neste sábado, 24, e continua no domingo, semppre das 9 às 20 horas na Represa Sendeski, na PR-317, entre Maringpa e Iguaraçu, a primeira ediçao do “Ca Fé ON – da origem à xícara”, uma celebração e homenagem à vocação cafeeira do Paraná. Além de pessoas que apreciam o sabor e a qualidade de um bom café, todos os atores da cadeia produtiva da cultura estarão representados no evento.
O Ca Fé On é uma iniciativa de Dani Cenerini e Rita Rossi, diretoras da Para Elos Eventos, empresa focada em conectar princípios de sustentabilidade e responsabilidade social entre pessoas e organizações por meio de vivências inovadoras.
Gerações nos cafezais
Com a realização do Ca Fé On, a Para Elos busca um resgate da cultura que foi a base da economia paranaense desde o início do século passado e responsável ppela colonização do norte/noroeste do Paraná, inclusive pelo surgimento das cidades, como Maringá, Londrina, Mandaguari, Jandaia do Sul e, no Arenito Caiuá, Umuarama, Paranavaí e Cianorte. Nomes como “Rodovia do Café” e “Ouro Verde”, “Cafelândia”, “Cafezal do Sul” ainda fazem parte do dia a dia da região.
O evento resgata também as mudanças havidas nesta economia verde e, consequentemente, na vida das cidades, do Estado e do País, das quais a mais contundente ocorreu em 1975 com uma das geadas mais destrutivas de que se tem história. Tal fenômeno climático destruiu a cafeicultura do Paraná, milhares de famílias que viviam nas colônias existentes na fazendas tiveram que, sem alternativa, mudar-se para as cidades, criando bolsões de pobreza, favelas, inchamento dos espaços urbanos e surgimento de novas cidades. Sarandi é um exemplo. Em 1975 era um distrito de Marialva com poucas casas em torno de uma igrejinha e 10 anos depois já tinha passado, em população, cidadades que eram referência no norte e noroeste, como Cianorte, Umuarama, Paranavaí e hoje tem quatro vezes mais habitantes do que Marialva e Mandaguari.
Muitos produtores ou quebraram ou mudaram de cultura. Primeiro foi o algodão, mas a cultura que deu certo foi a da soja, que se reveza com o milho safrinha no ano agrícola, culturas que não oferecem emprego na zona rural. Mas, os agricultores que traziam a rubiácea na alma se negaciam a migrar para outras culturas e teimaram – e continuam teimando.
O Paraná, que já foi o maior produtor de café no mundo, hoje responde por apenas 1% do café produzido no Brasil. Mas, a qualidade nem se compara com a daquele café que enchiam o navios cargueiros até 1975. Os teimosos optaram pela qualidade no lugar da quantidade.
É aí que entra a história de famílias que estão há três ou quatro gerações nos cafezais e passaram por todas as geadas, todos os nematóides, ferrugem e outros problemas que marcam a história do café paranaense.
A família Lopes, de Mandaguari, que produz o café Bela Esperança, é um exemplo de teimosia e suceesso. Dedicados ao café desde a década de 1940, os Lopes, naturais do Estado de São Paulo, aliam o frescor das novas gerações às inovações tecnológicas essenciais ao manejo adequado do solo, que se traduzem em melhores resultados a cada ano. “Aqui tem café na veia”, diz Fernando Lopes, um dos diretores da empresa. Em 2023, a marca Bela Esperança chegou ao concorrido mercado norte-americano pela primeira vez.
Paixão de Tasca começa nas Schmidt
No vasto universo do café há espaço para a lida e para a paixão. A médica maringaense Fabíola Tasca faz da coleção de xícaras de porcelana a ponte entre o passado e o presente. Composta por mais de 300 peças garimpadas ao longo de 30 anos em antiquários ou como lembranças de viagem pela Ásia e Europa, principalmente, Fabíola conta que aprendeu a tomar café com a avó materna, Ana. Aos domingos, o café da tarde da família era sempre servido em bonitas xícaras da marca Schmidt. “Uma delas faz parte da minha coleção. Até hoje, tomar café me remete à minha própria família, ao aconchego e às boas memórias”, revela a médica.
O café Bela Esperança e a coleção de xícaras de Fabíola Tasca estão entre as atrações do Ca Fé ON, que inclui exposição e comercialização de cafés especiais da região, jornadas técnicas para produtores, para donos de cafeterias e apreciadores, tour guiado no cafezal, cafeterias e exposição de arte, além do Desafio TNT, a final do concurso de latte art entre baristas de toda a região e a apresentação da cerveja Black Session Ipa Ca Fé On, da Hórus Cervejaria, desenvolvida com infusão de café especialmente para o evento. As atrações musicais são o DJ Joesley B., os Amigos do Jaspion com suas violas caipiras e a cantora Natalia Scatambulo.
Os ingressos podem ser adquiridos no link https://eventos365.com.br/Event/?s=ca+f%C3%A9+on ou presencialmente na padaria Brioche Crocante e nas cafeterias Le Petit, Phina Bakery e The Kingdom. As compras presenciais das modalidades Solidário e Planet Friendly até a véspera do evento são do tipo “compre 1, ganhe 1”. Lembrando que na primeira modalidade é preciso levar um quilo de alimento não perecível, que será entregue a uma entidade assistencial de Maringá. A segunda modalidade é para quem for até a represa de bicicleta. Parte do valor arrecadado com o estacionamento, de valor único, será repassado ao Lar Escola da Criança.
O Ca Fé ON é um evento que preza pela sustentabilidade. O inventário de emissões de carbono será elaborado pela Conseq, empresa junior de engenharia química da Universidade Estadual de Maringá (UEM), para posterior neutralização por meio do plantio de árvores.