O coronavírus parou o mundo, mas o setor produtivo não sabe ficar quieto muito tempo e logo achou jeito de voltar à atividade, de modo diferente, é claro, às vezes com capacidade reduzida, mas voltou. Foi assim que o casal Tainara e João Santos pensaram, viram nas hortaliças a estratégia de se manterem neste novo formato de viver.
“Comecei como Agricultor Urbano em 2018, participando da horta comunitária do Jardim Aurora, já era agricultor. Vi ali que o pessoal tinha uma renda com as vendas de hortaliças e consegui um canteiro na horta para conseguir uma renda extra também”, conta o agricultor João Pedro Mariano dos Santos.
As 39 hortas comunitárias criadas pela Prefeitura produziram 800 toneladas de alimentos sem fertilizantes químicos no ano passado. A maior parte da produção é de hortaliças folhosas, raízes e temperos (salsinha, cebolinha, açafrão, gengibre e pimenta). Os alimentos são ofertados à população com preços acessíveis que variam de R$ 1 a R$ 3. As 39 hortas somam mais 110² mil metros de área.
O agricultor João Santos ainda ressalta que começaram a trabalhar com o delivery em 2018. Com as vendas, o casal decidiu se mudar para um sítio e se tornarem agricultores rurais. “Começei um bico de entregador no Ifood e entendi a dinâmica e nos adaptamos com as vendas”, afirma.
A pandemia trouxe consigo uma nova e incerta realidade. Infelizmente, muitos negócios não sobreviveram aos impactos. Outros, foram exemplos de superação e utilizaram a tecnologia ao favor. Assim, através das redes sociais, não foram poucos os que passaram a ofertar seus produtos e serviços a domicílio. Além disso, teve também quem usasse o conhecimento para vender cursos online.
De acordo com a Junta Comercial do Paraná, (Jucepar), nos cinco primeiros meses de 2021, houve um crescimento de 24,06% com relação ao ano anterior: 78.976, contra 63.662 em 2020. Só no número de empresas abertas, o crescimento foi de 30,4% na comparação entre os dois períodos. Foram abertas 118.800 empresas até maio de 2021, contra 91.114 até maio de 2020.
Com a pandemia, muitos comércios precisaram fechar e ficaram somente os locais essenciais. Foi então que Tainara e João perceberam a estratégia perfeita.“O formato de entrega que fazíamos, conseguimos ter um aumento grande de vendas. Por mais que já existia a função de entrega, muita gente se viu obrigado a pedir no delivery e começamos a faturar cerca de R$ 18 mil por mês”, conta o agricultor João Santos.
Com a volta do comércio, preço alto no combustível, Santos achou que tudo estaria por água a baixo, mas reformularam o trabalho para continuar no mercado. “Tivemos que reformular nosso negócio e passamos a plantar mandioca, abobrinha e montamos um local de entrega e com parceria para outros produtos”, conta.
João explica que a pandemia mostrou que há jeito para tudo e hoje o casal de agricultores gera renda para outras famílias. “Na hora que o preço subiu e não estávamos entendendo o movimento do mercado, o comércio voltando a abrir e as pessoas voltando a comprar presencialmente, bateu aquele desespero, mas continuamos firmes e o que motiva a gente continuar foi tudo o que construímos e hoje geramos renda para mais meia dúzia de famílias e também estamos levando um alimento saudável para todos”, conta.