Céu mais azul em Maringá com a banda O Hipertrópico

Show da banda londrinense na Virada Cultural 2024 em Maringá (Crédito: Cristiano Martinez)

Como em um dia de céu azul, a banda londrinense O Hipertrópico levou o público de Maringá a viajar por sons, batidas e energias. Ou cordas, sopros, vozes e ritmos. Dá pra dizer que é uma proposta sonora de partidas/chegadas e misturas. Incluindo, claro, a balada “Como num dia de céu azul”, composição do quinteto.

O Hipertrópico participou do primeiro dia da Virada Cultural de 2024, no sábado, 13 de julho, no palco montado na praça do antigo aeroporto.

À reportagem, Rafael Ribeiro Felix, responsável pelos instrumentos de sopro da banda, conta que conheciam o evento na condição de público; mas acalentavam o sonho de subir ao palco da Virada. Assim, eles concorreram ao edital da Prefeitura de Maringá e conseguiram a seleção para o line up. “É a primeira vez que a banda se apresenta num palco de Virada Cultural com essa estrutura. Foi muito gratificante quando a gente conseguiu reuniu todo o material para entrar no edital e todo o processo”, revela, destacando que O Hipertrópico vem de uma turnê pela Argentina, Uruguai e Sul do Brasil.

“A gente conhece muito o pessoal da cena aqui, de Maringá.. e quando apareceu o edital, a gente estava numa correria, na volta de uma viagem”. Mas deu tudo certo. “A gente ama tocar”.

Rafael Ribeiro Felix e Roberto Moreira (Crédito: Cristiano Martinez)

Todos os caminhos levam ao Atlântico
Na apresentação na Virada, O Hipertrópico fez um quase “faixa a faixa” do álbum de estúdio “Atlântico”, viabilizado por meio da Lei Aldir Blanc. Aliás, canções com duração maior, em que os músicos podem explorar sonoridades diferentes e contar uma história ao longo do show.

Segundo Rafael, todos os componentes do projeto carregam a bagagem de terem tocado em outros conjuntos no passado. “É uma banda [O Hipertrópico] com uma maturidade maior, no sentido tanto musical quanto das opiniões e influências que a gente pegou com cada pessoa”, citando as contribuições que vão do pop à brasilidade, passando pelo rock setentista e a música dos anos de 1960 no país.

Como resultado, o quinteto de Londrina apresentou na Virada uma pegada eclética e misturada, calcada em sons ao mesmo tempo experimentais e dançantes. “Acabou unindo num estilo meio que nosso”, exemplificando que a banda tocou tanto músicas com estrutura e flauta, quanto moda de viola com direito a um berrante. “Se você ouve as músicas entre elas, tem uma identidade da própria banda. Mesmo sendo um rock progressivo, e a outra sendo uma moda de viola, dá pra falar que é a música da mesma banda”.

Em outras palavas, é uma fusão musical única. “Todo mundo tem uma influência muito diferente uma da outra. E isso acaba traduzindo em uma ‘maluquice’ que, em tese, não teria muita conversa. Mas a gente é muito amigo e se conhece há muito tempo”, diz o guitarrista Vinícius Carneiro Gouveia, destacando que isso facilita bastante no entrosamento musical da banda.

Fernando Cacciolari na voz (Crédito: Cristiano Martinez)

Marca dos integrantes
O vocalista Fernando Cacciolari acrescenta que, como todos são compositores n’O Hipertrópico, as canções carregam a marca de cada integrante. “Todo munto tem tanta ideia que, na hora botar junto, a gente diz ‘pera, a gente tem de orquestrar as coisas para não bagunçar’. Aí, tem as frases de guitarra, as frases de baixo, de sopro”, explicando que a orquestração é para ficar harmônico.

Nesse sentido, Rafael chama atenção do trabalho do baixista Roberto Moreira, o Beto, que está na fase final da graduação do curso de música na Universidade Estadual de Londrina (UEL). “Muito da dinâmica é ele [Beto] que bota o dedo”.

Em conjunto, os integrantes apontam que a energia propicia transformar músicas que poderiam sair como um reggae em hard rocks, por exemplo. “A gente está cada vez conversando mais, cada vez mais tendo uma conversa criativa dentro do palco”, pontua Beto.

Banda se valeu do berrante (Crédito: Cristiano Martinez)

Agenda
Após Maringá, O Hipertrópico voltou para Londrina. Em agosto, a banda planeja organizar um festival itinerante para tocar pelo Norte do Paraná.

Mas também outro show em Maringá, depois Paranavaí e Campo Mourão. E, para o fim do ano, tocar nas capitais, caso do Rio de Janeiro e São Paulo. “E ter tocado aqui, na Virada Cultural de Maringá, abre muitas portas”, observa Vinícius, agradecendo a Secretaria de Cultura da Cidade Canção (Semuc) pelo espaço.

Pedro Lot (Crédito: Cristiano Martinez)

Formação
Surgida em 2020, a banda O Hipertrópico é formada por Fernando Cacciolari (voz/guitarra), Vinícius Carneiro Gouveia (guitarra), Rafael Ribeiro Felix (sopros), Roberto Moreira (baixo) e Pedro Lot (bateria).

Através da Lei Aldir Blanc, o quinteto teve a oportunidade de gravar de maneira independente seu álbum “Atlântico”.

Além disso, produziu clipes patrocinados pela Prefeitura de Londrina, por meio do Promic (Programa Municipal de Incentivo à Cultura). Esse material audiovisual pode ser visto no canal da banda no YouTube.

Vinícius Carneiro Gouveia (Crédito: Cristiano Martinez)

Para conhecer o trabalho de O Hipertrópico e ficar por dentro das novidades, acesse suas redes sociais (@ohipertropico), plataformas digitais de áudio e site (www.ohipertropico.com.br).

***Registros da apresentação da banda (fotos: Cristiano Martinez):

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