Resistindo desde 1994 no cenário cultural e defendendo o humanismo, a Cia Pedras Teatro e Circo terá um dia festivo neste sábado, 29 março. A companhia criada pela atriz, diretora, produtora professora e pesquisadora (com especialização e mestrado) Iara Ribeiro vai reinaugurar sua sede, localizada na Vila Esperança, em Maringá. Será um evento fechado para convidados.
A ideia da reforma, feita com recursos próprios, é renovar o tradicional espaço, que agora ressurge mais acolhedor e pronto para novas criações, novos encontros e revoluções poéticas. Afinal, são mais de 30 anos de atividade, com repercussão além das fronteiras da Cidade Canção.

Nessa noite especial, a comemoração da Cia Pedras será com performances, conversas, música e um singelo coquetel. Confira o casting:
Jeff Rosas (música)
Dança pra Dois (dança)
Raabe Maristela (música)
Adriano Braga (teatro/circo/pantomima)
Bety Morais (exposição “Presentes da terra”)
Beth Donato (exposição de cerâmicas produzidas artesanalmente em seu atelier)
Rebecca Danziger (performance)
Gabi Sousa (coordenação imagem/vídeo)
Iara Ribeiro (direção)

Haverá também exposição dos três livros de Ribeiro; e a obra “Um fio de esperança” estará à venda.
O Pedras é um espaço que representa cada “pedra” assentada nessa construção feita a duras penas nessas três décadas. “Que a Cia siga sendo morada de arte, refúgio de sonhadores e palco para encenarmos o que é impossível na vida real!”, diz a companhia.

Texto de Iara Ribeiro
Em texto carregado de poesia e autenticidade, encaminhado com exclusividade para a reportagem, Iara Ribeiro escreve:
“Com a alma serena e coração agradecido, respiramos confiantes um pouco a cada dia para seguir fazendo arte, arte que faça refletir, arte que humanize, arte que nos desoriente e nos alinhe ou que nos desalinhe e nos oriente, a arte é um turbilhão de complexidades ambíguas. Para isso construímos um cantinho, que é o espaço da Cia Pedras, uma Cia com 30 anos de uma história de luta e resistência.

“E cada cantinho deste espaço, cada parede pintada, o detalhezinho do nariz do palhaço, a máscara que olha incessantemente sem olhos, as flores que colorem nossa percepção, o eterno vagabundo na parede, as estrelas, as cortinas que insistem em dizer que também estão em movimento quando o vento bate, as digitais dos alunos e alunas impressas invisivelmente nas marcas na parede, a vela derretida no chão daquela oficina de poesia, as vozes que ficam guardadas ecoando no ar, as imagens eternizadas nos refletores que iluminaram cada cena que aqui acontece!

Cada fio de átomo que tem aqui no espaço é nosso, e quando dizemos, nosso dizemos de TODOS, pois a Cia Pedras só existe quando tem a presença de pessoas, pessoas querendo aprender, ensinar, somar, partilhar, chorar, sorrir, evoluir, enfrentar os medos, aceitar os fracassos, comemorar cada conquista, amar, olhar o outro, viver!
“Cada cantinho deste espaço tem um significado mágico e altamente real, que talvez alguns nunca entenderão.
“A Cia Pedras… não é somente um espaço, é nossa história, nosso ar, nossa mãe, nosso pai, nosso filho, nossos alunos, nossa vida, nossa história que segue, sangrando se preciso for, gritando se nos convier”.

